Meu pai costumava dizer que todos os anos impares, é ruim
e que nada podemos esperar deles. Enquanto os anos pares, é que são os bons, e
que as melhores coisas vem deles. Ele nasceu num ano impa 1931; e faleceu aos
79 anos em 2011; outro ano impa.
Acho que se ele fosse vivo hoje, reveria essa teoria. Por
um pouco eu também cheguei a acreditar nela, mas diante desse ano de 2016, vejo
que não é bem assim. Há anos pares, e
impares que fogem as regras.
Nesse ano de 2016: perdi parentes, perdi amigos, descobri
que tenho glaucoma e vi a extrema direita voltar ao poder. Que decepção! Espero
que essa seja a primeira vez que um ano par, seja assim tão triste, espero que
o ano seguinte que é impar, nos recompense diante de tantas perdas que tivemos.
Algumas irreparáveis!
Certa vez quando comentei com alguém a respeito dessa
teoria de meu pai, o marido de uma prima minha me disse: que não devemos culpar
os anos pelo o que acontecer de bom ou ruim em nossas vidas; e que as coisas
acontecem por que tem de acontecer, independente do ano ser par ou impar. Que
não devemos pensar que a nossa sorte é marcada pelos anos. Sorte é uma coisa
que acontece e coisa e tal...
Eu ate lhe dei ouvidos. Mas diante dos acontecimentos
desse ano, tanto em minha vida pessoal, quanto o que tenho visto acontecer pelo
mundo, confesso que estou com uma pulga atrás da orelha.
Quando paro para pensar, vejo que os anos pares sempre
foram bons para mim. Só para citar alguns: 1984, 1988, 1992, 1994, foram anos
importantes e que não saem da memória. Foram anos de abertura política,
crescimento econômico, você não dizia que o mundo ia sofrer o retrocesso que
sofreu nesse ano de 2016.
Termino este ano muito triste, pelas perdas que tive, e
pelas perdas que teve o mundo.
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