Tenho saudades do futuro.
O futuro que imaginava na minha infância e
juventude.
Vi o mundo se libertar de certas correntes;
E pensava que ele se tornaria mais leve.
“uma mão de criança”.
A cada dia vejo que o futuro não passa de uma
camuflada utopia.
Vejo as pessoas se tornarem arrogantes,
intolerantes, sectárias,
E cada vez mais paranóicas.
O Que foi que aconteceu? Não éramos assim.
Ou éramos, e só esperamos chegar o futuro...
Para nos revelar.
Sabe, não sou de ter arrependimentos;
Mas, quando penso no mundo que imaginava pela
frente,
Livre dos autoritarismos, que deixava
cinzento nosso horizonte...
Pensava eu (que ingênuo) que todos percebiam
e perseguiam
O que havia de melhor na liberdade.
Hoje, vejo todos, com o mesmo discurso
moralista conservado hipócrita! Que tanto nos aprisiona.
Não aprendemos a lição. Essa é a verdade.
Não nego: que no período que atravessamos
desde aberturas políticas
Ate nossos dias de hoje, não havia aqui ou
ali alguém que despertasse
Em meio à multidão com um discurso cheio de
revanchismos.
De que existia o “mundo perfeito”;
E que tal nação já o encontrou, ou se
encontra nele.
Mas, daí, o que é que tínhamos em matéria de
informação,
A respeito do resto do mundo?
O que chegava ate nós, não passava de idéias
prontas.
Cheias de utopias, claro, suposições do que
grande maioria imaginava como o ideal; já que aqui vivíamos uma repressão:
A saída era a imaginação.
Imaginar um lugar onde tudo funcione: leis,
progresso,
“Lá em utopia só quem manda é o rei! É o
lugar mais democrático do mundo; duvido... alguém roubar!”.
Hoje: com tantos meios de informação...
Percebo que nossa imaginação congelou.
E embora já passamos por experiências desagradáveis;
Como: ditaduras, guerras frias, não nos foi o
suficiente.
E deixamos nos seduzir por essa nova forma de
autoritarismo
Que os poderosos encontraram: “O
politicamente correto”.
Podem prestar atenção: quanto mais
politicamente correto, mais intolerante o mundo ta ficando.
Sectários, fanáticos, delirando em torno de
uma luz que o cega mais que o ilumina.
Não, é insuportável esse presente que
guardara o nosso futuro.
Um presente que repete o passado sem ter
nenhum motivo para isso.
Com seus lideres cheios de vingança no
coração;
Nos fazendo andar em circulo num abismo sem
fim.
Igualzinho os próprios monstros que os
inventou. Uma tortura.
Senhores, senhoras, tenho saudades do
futuro...
De um futuro que vejo: nunca ira acontecer...
E lhes digo: que qualquer promessa feita a
vos nesse sentido,
Não passa da mais pura embromação!
Uma traição contra o nosso espírito;
Impedindo que ele se liberte e se encontre;
Uma mentira que nos divide nos joga uns
contra os outros,
E faz com que nos perdemos e nosso próprio
mundo.
Transformando nosso futuro em ilusão.
“Vejo o futuro repetir o passado”.
José Correia Paz
Nenhum comentário:
Postar um comentário