Sabe aquela velha pergunta: ou é a vida que
imita a arte ou é a arte que imita a vida? Sobre essa pergunta nos leva a
pensar Somos pedras que se consomem. Ao
passo que nos choca com seus personagens marginais o livro nos propõe um
passeio pelo mundo literário. Onde o autor fala um pouco de suas influências e
sita grandes nomes da literatura brasileira e internacional. Mostrando a troca
de influência entre a literatura e as outras artes, como: o cinema e a musica.
Aliás: não há como você ler Somos pedras que se consomem sem imaginar como
seria suas historia retratadas no cinema. Será que teria um lado documental? Já
que além de romance não há como você o ler, e não o interpretar também como um
ensaio. Um ensaio que narra dentro da
história de seus personagens, uma importante passagem da história do Brasil.
Para quem viveu aquele ano de 1992; não há como não viajar no tempo através das
lentes de Isis. Uma das personagens da história que trabalhando como fotógrafa
documenta tudo: as passeatas, os caras pintadas e toda a atmosfera política e
social que nos cercava na época. E entre agitações políticas, traições, crimes hediondos;
personagens apaixonados por literatura e pelo o mundo bandido que os atrai... Não há como ler este livro e não refletir sobre
esse mundo das ruas, tanto daqui do Recife quanto pelo resto do mundo, Alemanha,
EUA, e os perigos que seus personagens marginalizados sofrem.
Com seu final para lá de enigmático, que lembra
um conto de Machado de Assis, Somos pedras que se consomem nos propõe, ou
melhor, nos faz ver a arte, principalmente a literatura, como uma outra
dimensão. Uma dimensão onde mundos extremamente opostos e rivais se amam. Um
amigo meu me emprestou este livro. E disse: “prepare-se! Você vai ler algo
punk! Rock and roll mesmo! E nada é mais rock and roll que juntar em forma de
poesia AC/DC e Adélia prado.
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