Meu nome é José. E por ser José, lembro-me de
quando criança, ouvir sempre o mesmo refrão:
- principalmente na voz de minha avó, dona
Severina (D. biu ), de quem guardo maior
lembrança cantarolando: - E agora José?. A musica era então, um poema de Carlos
Drummond de Andrade; musicado por Paulo Diniz.
E eu
passei a achar na época, que cada pessoa tinha sua própria musica. Assim como
eu me chamava José; minha avó que se chamava Severina tinha também sua musica;
e por ai em diante... Infância, coisas de infância... E foi assim que tive
contato pela primeira vez com a poesia de Carlos Drummond de Andrade.
Este mineiro; nascido em Itabira; no inicio
do século XX; participou do movimento modernista; movimento que surgiu no
intuito de romper com os padrões convencionais de excreção nas artes. Ate então
entre o final do século XIX e as duas primeiras décadas do século XIX,
consideradas tradicionais e inquestionáveis.
Mal podia eu adivinhar que mais tarde
Drummond viria à se tornar ao lado de
Machado de Assis e Jack Kerouac, um dos meus escritores prediletos. Com sua
poesia irônica, observadora do homem e seu tempo; Drummond: ao lado de nomes
como Manuel bandeira, e Mario de Andrade: decantou através de seus versos, o
lado prosaico da natureza humana.
Confesso que, quando criança, a musica me assustava. - Por que “e agora
José?” - eu me perguntava! .
Anos mais tarde no ginásio; cruzei novamente
com essa musica, ou o que poderia ser no meu entender então, a letra da musica.
Num livro de comunicação e excreção; como
eram chamados os livros de português e literatura na época. Lá estava o poema
“José”
acompanhado de outro poema: " poema de
sete faces " . Por sinal poema que
abre o primeiro livro
do Drummond: " Alguma poesia " , e
também sua mais conhecida antologia poética. Se “José” me assustara quando
criança pela força de sua indagação; o " Poema das sete faces " me
conquistara pelo seu jeito fragmentado e irônico de interpretar o mundo em
geral.
Um pouco mais à frente; terminado meus
estudos;
fui encontrar em um sebo de livros, o livro
"Antologia poética ". Organizada pelo o próprio autor.E o vendedor
também se chamava Carlos.
E pude dai por diante conhecer mais de perto
a obra de Carlos Drummond de Andrade.
Poemas como: ““ A morte do leiteiro”; “ A
flor e a náusea"; verdadeiras
crônicas sociais
questionando o papel de cada um inclusive o
do escritor diante da vida e do mundo.
Abordando temas com: o amor, a fraternidade e a solidão.
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