domingo, 27 de outubro de 2019
MEMÓRIA ATEMPORAL
A VOLTA DAS TREVAS
Voltamos à idade
media, ou será a humanidade é que não evoluiu em nada?
Tenho 42 anos; e
entre o final dos anos 70 e os primeiros anos da década de 80:
vi o mundo passar
por mudanças significantes em sua historia.
Não que hoje, não tenha
importância o nosso momento atual!
Afinal: aprendemos
com nossa historia; para que possamos nos desenvolver;
Pois segundo sei:
esse é ou é pra ser nosso destino.
A diferença, esta
em nossa atitude. Pois me lembro de quando criança e adolescente;
Assistir a
aberturas políticas; o fim dos regimes autoritários; queda de muros que
impediam
O mundo não só de
respirar como também de se descobrir
Por causa de suas
barreiras ideológicas.
Que bem fez ao
mundo essas aberturas e mudanças! Enfim pudemos buscar melhorias
No campo de nossas
relações sociais. E a economia em países emergentes como o Brasil, por exemplo:
Conseguiu grandes
melhoras. Como isso tudo me entusiasmava; pois criava dentro de mim grandes
expectativas em relação ao meu futuro e o futuro das pessoas ao meu redor.
Ilusão, ilusão,
tudo ilusão. Hoje vejo aquele garoto de meu passado a me dizer: -
mentiram para o senhor.
Infelizmente,
percebo que alguns não acompanharam tais transformações.
Uns talvez por
houver chegado agora; outros mais velhos por não ter intendido, ou não aceitar
Que o nosso
destino seja avançar para frente. Em busca de nossa melhora.
Vejam: não peço o
fim do combate, não, sei que o com frito é inerente a tudo isso;
E que precisamos
dele como uma espécie de combustível em nossa jornada.
Falo da falta de
sensatez e direcionamento. Que vem tomando conta de nossas almas
Talvez nos últimos
20 anos. Nunca pensei que o mundo fosse ficar tão insuportável;
Que eu fosse ver
pessoas sendo linchadas e mortas como bruxas, ou por causa de algo que
Deveria ser um
lazer: o futebol. Nunca pensei que ainda existia dentro de nós tanto fanatismo;
tanto maniqueísmo;
Tanta
intolerância; e que o cinismo e a indolência fossem nos tornar seus súditos.
E o que me deixa
mais triste: é perceber que este tem se tornado, um caminho sem volta para nós.
Não sabemos nem
mais protestar. Não é verdade.
Pois vejo nas
manifestações de hoje em dia: Uma certa mistura de saudosismo com alucinação.
Mistura perigosa
por sinal. Digo isso por experiência própria.
Alucinados por
querer viver um momento parecido com
O de 50 anos atrás;
juntam-se aos saudosistas que parecem pedir pela volta desse tempo. E da
no que da: um absurdo!
O que pensam essas
pessoas? Reviver aquelas imagens em preto e branco dos confrontos dos
militantes contra a repressão
Ao som das musicas
de Geraldo Vandré, Caetano e Raul seixas?
Não caro leitor! Já
passou... E que não se repita mais.
E hoje, caso não
saibam ou não percebam: esse nosso tempo
É bem diferente
culturalmente.
E aproveitemos
hoje esses grandes artistas e suas canções:
Atuais sobre esse
nosso tempo; ou mesmo as antigas feitas na tempestade. Elas ainda têm muito a
nos dizer e nos contar
E ensinar sobre
nossa historia neste planeta.
E de, pois: já
temos a ditadura do politicamente correto para nos acorrentar por hoje. Não é
verdade.
Sei que o mundo já
passou por momentos obscuros em sua historia... E não seria diferente agora,
nem será diferente no futuro. O que me incomoda é essa postura convencida e
austera de quem acha que vai salvar o mundo.
Enquanto não
procura saber da historia de seus erros;
Para que possamos
com fritar com um pouco mais de inteligência e coerência.
JOSÉ CORREIA PAZ
sexta-feira, 25 de outubro de 2019
HUMOR
DESCONFIANÇA
Edgar chega de viagem e a sua mulher ciumenta
lhe pergunta:
- Que significa este cabelo loiro em seu
paletó?!
E tentando se safar ele responde:
- Significa que você não manda lavar meus
ternos desde quando oxigenou os cabelos querida.
O CÃO E O MENDIGO
Certa
vez, enquanto passeava pelo Recife Antigo. Vinha eu pelo Espaço Alfandega, em
uma manhã de domingo, quando percebi um mendigo dormindo na calçada; ao seu
lado; seu cão. Um cachorro preto, peludo, um bonito vira-lata;
passei
por ele, o admirando.
Admirando
sua lealdade; para com o seu dono sem teto. E quando já ia um pouco distante, filosofando
fiado comigo mesmo:
-
“o melhor amigo do homem”; ia dizendo.
Quando
senti o cão do mendigo me atacar... Não chegou a me morder.
Embora
sentisse seus dentes bem próximos de minha calça jeans. Foi um tremendo susto. Gritei
com ele ate o afastar; e fui andando ouvindo seus latidos e rosnados ecoando
pela rua.
O
seu dono, nem acordou. Se eu fiquei com raiva do vira-lata? Não.
Já
tive cachorro. Um pequinês; Chamava-se Elvis.
e
tenho certeza que ele faria o mesmo.
Defenderia
o sono de seu dono.
A
única coisa que fiz, e não sei se foi certo, foi passar álcool gel no local
aonde senti os dentes do cão. E passei o dia, me policiando, procurando algum
sintoma qualquer; medo de virar “lobisomem” eu acho.
Mas,
ao ver a foto, me lembrei desse fato; e fui pesquisar na internet a respeito
cachorros de rua.
Descobri
que existe no Recife, mais de 1oo mil de cães e gatos abandonados.
30
milhões de animais abandonados.
E
que a maioria desses abandonos acontece por que: algumas famílias, ao viajar,
deixam os seus animais de estimação sozinhos em casa.
E
ao se verem abandonados; grande maioria foge...
quarta-feira, 23 de outubro de 2019
BOSA DO NUMERO DO CRAQUE
Olha meu bem,
Se na sua lista não sou o numero um.
De modo algum,
Vou me importar com o numero dez.
Que apesar de na sua lista está lá no fim...
Na seleção é o numero do craque...
E isso não é ruim.
E como todo o craque, eu sei meu bem:
Que só de mim gols de placa você pode
esperar.
Gols feitos com os pés,
Ou feitos com as mãos,
Todos eles eu sei,
De qualquer jeito mexem com seu coração.
Jogo com você em qualquer posição:
Goleiro te agarrando,
De atacante te atacando,
Comigo no seu time:
Não vai faltar emoção!
J. C. Paz
QUANDO NUBLA O TEMPO
Apesar de eu ser um grande admirador do
verão; pois nasci em fevereiro; mês de sol e calor. Dias nublados me fazem
sentir saudades de minha infância. Eu morava numa casa de fundo de quintal; no
quintal de minha avó; D. Bil. Éramos sete; minha mãe, meu pai, meus quatro
irmãos e eu. Sabe: não sou afeito ao inverno, por esse efeito melancólico que
ele nos produz; e como já disse antes: detesto melancolia. Mas, não sei por
que, dias como o de hoje também me fazem se sentir saudosista. A primeira coisa
que me vem à mente: é o olhar que lancei pela janela da cozinha de minha casa,
e a sensação de tranqüilidade que senti olhando para nuvens, que eram muitas
como agora; e pouco podia se ver do azul do céu.
Lembro-me que corria pelo quintal em meio ao
vento frio, e plantas que ondulavam ao vento, atrás de uma bola que ganhei de
presente de um tio. Que também se chamava José. De às vezes, jogar bola com um
de meus irmãos e ate primos e vizinhos. De inicio: não tínhamos TV, e quando
conseguimos comprar uma: pouco podia assistir... a energia era muito cara.
Vivia o Brasil: um período de trevas! Repressão política etc., eu: claro, uma
criança não entendia o que se passava, mas a maneira de agir das pessoas, não
era difícil de entender que tinha alguma coisa errado. – hoje percebo o quanto
esse céu nublado contrata com a realidade da época. E como nunca gostei de autoritarismos; talvez
venha daí meu repudio ao inverno.
Lembro-me também das minhas primeiras idas à
escola. Minhas primeiras aproximações com as letras. Não foi assim grande coisa; eu não me importava
muito. Não havia assimilado a importância dos estudos pra minha vida. Era uma
escola que ficava na rua do caju, a professora se chamava: Nelinha, lembro-me que ela tina um cachorro preto,
peludo, não sei dizer a raça. Sei que muita criança se deveria com ele ao
recreio. E de que no inverno,para chegar a escola tínhamos que atravessar por
sobre pedras a maré alta. Quando não tinha aula: quando não por causa de um
feriado, mas por causa da chuva; ficava eu, olhando os quintais. De casa e da
vizinha, vendo a maré inundando tudo... E comparava com os rios que via na TV,
nos filmes de Tarzan.
E pensar que tantas lembranças, cabem nua
nuvem; fora o que só vou contar depois, das chuvas que tomei a caminho da
escola. Ao som de canções como Aline, por exemplo, me fazendo se sentir um
personagem de um filme Noir. As vezes
que cheguei ensopado na escola; não pelo medo de perder a aula, mas por causa
de alguma garota que nem sabia de minha existência. Na educação física: o jogo
de bola debaixo de um céu nublado e o eco de nossas vozes pela praia... Transformava-nos
em Deuses do Olímpio.
O que grava essas nuvens hoje? Que observo de
minha janela? Alem das lembranças e as mulheres bonitas que vejo passar.
Guardarei seus desenhos em alguma nuvem em minha memória; para quem sabe numa
próxima postagem as contar.
José Correia Paz
domingo, 20 de outubro de 2019
OUÇA O DISCO
LENO A VIDA E A OBRA DE JOHNNY McCartney
Vou lhes contar uma história, sobre a vida e a obra de
Johnny McCartney.
Quem é ou quem foi Johnny McCartney? Eu não sei.
Alias sei. A vida e a obra de Johnny McCartney é um disco
do cantor Leno. Gravado entre os anos de 1970 e 1971.
O disco trás parcerias pra lá de empolgantes.
Pra começar um certo Raulzito Seixas. Isso mesmo: Raul
Seixas, que divide junto com Leno e Roberto Barros a produção e a autoria de
sete das treze canções do disco.
Como bandas de apoio foram convidadas: “A BOLHA””,
“RENATO E SEUS BLUE CAPS”, “GOLDEN BOYS”, “TRIO TERNURA” e a banda uruguaia “LOS SHAKERS” Destaque para as canções “JOHNY McCARTNEY”, “PEGUEI UMA APOLLO” de Arnaldo Brandão,
“CONTATOS URBANOS” de Iam Guest, “POR QUE NÃO?”. “LADY BABY”, “SENTADO NO ARCO
IRIS” “POBRE DO REI”. Canção de marcos vale e Paulo Cezar Vale, outra grande
surpresa do disco. E “NÃO HÁ LEI EM GRILO CITY”.
Gravado nos estúdios da CBS nos estados unidos, o disco
ainda sofreu censura do governo da época. O que levou a gravadora a engavetar o
projeto. Só sendo lançado em 1995.
Para hoje ser nossa dica na sessão OUÇA O DISCO neste
mês.
A VIDA E A OBRA DE JOHNNY McCartney é uma daquelas obras que
jamais deveria ter sido censuradas! Mas que conseguiu sobreviver aos obstáculos
e atravessar os tempos e provar sua importância e confirmar o talento de todos
que dele participam junto com Leno.
Não há como não ouvi-lo sem sentir um entusiasmo envolvente
e assim dizer: viva o rock and Roll! Viva a paz! Viva o amor! Viva a liberdade!
OUÇA O DISCO
sábado, 12 de outubro de 2019
segunda-feira, 7 de outubro de 2019
CRÔNICAS ATEMPORAIS
POR QUE DAMOS TCHAU PARA OS BEBÊS?
Vinha eu voltando de minha caminhada, pelo
calçadão da praia, quando: notando que ainda era cedo; e usando meu cansaço
como desculpa, resolvi me sentar em um batente entre a areia da praia e o
calçadão. Ali fiquei admirando os outros transeuntes que também se exercitavam;
gente e mais gente... Indo em direção a Boa viagem ou vindo de Boa viagem. Ate
que passou por mim uma moça bonita! Muito bonita! Empurrando um carrinho de
bebê; dentro dele lá estava o passageiro; inquieto; admirando tudo a sua volta;
fixou seus olhos em mim; e eu lhe sorri. A mãe, vendo o interesse da criança
por minha pessoa, disse: - da tchau pro moço! - A criança nada fez.
Mas, que fiz eu: de tchau pro bebê. Mãe e
filho seguiram seu caminho; e enquanto os perdia de vista comecei a pensar: por
quê? Por que damos tchau para os bebês? Quando crianças, ainda no berço parece
ser a primeira coisa que aprendemos; a acenar para vida.
E como são engraçados, os adultos, mesmo com
todos os problemas que lhes secam... Acenar para nós... Como se nada os
incomodassem; como se o mundo não fosse esse jardim cheio de espinhos.
Quando criança, confesso: não gostava de
acenos. Céus! Eu era muito chato! Certa vez: estávamos minha mãe e eu, e mais
uma amiga da família no centro do recife; minha mãe precisou ir à um banco; e
deixou a mulher tomando conta de mim no lado de fora; A dona olhava para mim: e
fava e gesticulava feito criança; eu
tinha, se não me falhe a memória... Entre sete e oito anos; sorria um riso
tímido, meio de lado; e pensava: - “ou essa mulher é louca! Ou ta pensando que
sou um bebê!”. Mas, por quê? Por que damos tchau para o bebê?
Talvez por criança: rimar sempre com
esperança; e o alento que nos trás suas bochechas risonhas nos alivia do peso
do mundo. E para melhor nos entender com a vida acenamos para o seu futuro.
Vinha eu voltando para casa hoje. Pensando nesse assunto; quando deparei-me com
uma vizinha e seu filhinho recém nascido; imediatamente apareceram umas
senhoras a lhes acenar: - “Ei! Ei! Tchau! Tchau! Mas, por quê? Por que damos
tchau para o bebê?
José Correia Paz
domingo, 6 de outubro de 2019
POESIA PARA CONTEMPLAR
A ROSA DE HIROXIMA
Vinicius de Morais
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
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