terça-feira, 26 de março de 2019

O GRITO


Minha tia neném morou por alguns anos na Alemanha. 35 anos precisamente. De 1962 a 1997. Ela assim como eu, gostava muito de arte e literatura.
Certa vez, estando nós a conversar, a respeito de obras de arte: eu lhe disse que um dos meus quadros prediletos era “o grito”. Imediatamente ela espantou-se: - 0 grito! Disse ela e ainda complementou: - Eu nunca vi, deve ser difícil Né, pintar um grito?
Fiquei pensando comigo: “Não é possível! Um quadro tão famoso e conhecido no mundo inteiro”. No entanto, havia eu esquecido que talvez na Alemanha o quadro tivesse outro nome. E acho eu que seu nome original seja: “skrik”.
Um dos maiores símbolos do movimento expressionista, “o grito” fora pintado pelo norueguês “Eduad Much” por volta de 1893, na verdade: existem quatro pinturas, com a mesma figura em cima de uma ponte, sob um céu vermelho e um mar revolto ao seu redor.
Essas quatros versões se encontram hoje no museu Munch, em Oslo, Noruega.
A pesar de ter sido pintado já no final do século IXX e retratar um pouco da vida de seu pintor; nada fácil por sinal; “o grito” teve seu grande destaque no inicio do século. Quando o movimento expressionista começou a se destacar.
Um movimento artístico, cultural, de vanguarda. Uma espécie de reação contra o positivismo impressionista e naturalista. Propondo uma arte pessoal e intuitiva.

José Correia Paz

quarta-feira, 13 de março de 2019

POESIA PARA CONTEMPLAR


A POMBINHA DA MATA

Três meninos na mata ouviram
uma pombinha gemer.

"Eu acho que ela está com fome",
disse o primeiro,
"e não tem nada para comer."

Três meninos na mata ouviram
uma pombinha carpir.

"Eu acho que ela ficou presa",
disse o segundo,
"e não sabe como fugir."

Três meninos na mata ouviram
uma pombinha gemer.

"Eu acho que ela está com saudade",
disse o terceiro,
"e com certeza vai morrer”

Cecília Meireles