terça-feira, 25 de abril de 2017

MEMÓRIA 5ANOS DO ATEMPORALETC.COM

O OUTRO
Esta copa de 2014 trouxe de volta para o futebol, assim espero, o espírito coletivo.
Nas ultimas duas décadas , se apostou muito
no individualismo de alguns atletas;
não que o individualismo não tenha sua importância; é preciso, seja no futebol
ou em qualquer outra área da sociedade,
ter sempre alguém que seja decisivo nos momentos importantes.
Mas, isso só, não basta.
É necessário, que outros, em outras funções
ou ate  nas mesmas, também se destaquem;
e saibam que sua decisão é tão importante
quanto a de quem vai dar a decisão final.
E saber e reconhecer a importância do outro;
mesmo na diferença a. - Pois na diferença é que se esta a igualdade. Foi o que me disse uma vez uma professora. E eu nunca esqueci. No entanto: deixamos sem perceber, que o excesso de muitas coisas, que nos últimos tempos vem
nos insuflando e nos dividindo com suas tabuas de salvação; e " verdades absolutas ". Criando personalidades e autoridades que passaram a
se auto intitulando os donos da moral e do bom mocismoo. O fato, é que, nas últimas duas décadas nos tornamos tão intolerantes, tão arrogantes uns com os outros, em nome de bandeiras; ideologias; e tudo mais.
 Esta copa talvez se fez importante
para que rompêssemos com isso tudo.
E a seleção alemã com seu espírito de equipe;
nos deixou um bom exemplo em relação a isso.
Afinal, ninguém aprende só. Ne verdade.
E esta copa, pelo menos assim espero,
 tenha sido a copa em que nós tenhamos

redescoberto o outro.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

FRASE DO MÊS



“A vida é alguma coisa que fazem de você,

Enquanto você faz outros planos”

 

john  Lennon

domingo, 23 de abril de 2017

NADA COMO UMA BOA CAMINHADA


Ao menos umas duas, três vezes por semana,

vou caminhar pelo calçadão da praia.

Começo enfrente ao pólo Pina, e vou ate a praçinha de boa viagem.

- Uns cinco quilômetros de ida e volta -

segundo calculou seu Israel, meu vizinho;

que também gosta de caminhar.

Mas, não é a distancia percorrida que me interessa; e sim: as paisagens da praia,

o marulho do mar, os outros personagens alem de mim.

Tem de tudo um pouco: mulheres bonitas;

atletas se preparando para alguma competição;

garotada jogando bola, adultos também;

paqueras, namoros, vendedor de sorvete também;

malucos, malucos pra todos os gostos.

De malucos profetas, a malucos... malucos.

_ Pensou que eu ia dizer maluco beleza né! -.

Enfim: essa diversidade é que mais me interessa.

Pois é graças a ela que consigo escapar

de meu cotidiano hermético;

da vazão à meu espírito de liberdade;

exercito meu instinto e meus sentidos.

Caminhar me ajuda a organizar minhas idéias.

Sentir-me mais próximo da natureza;

Principalmente, de minha natureza.

Ao ar livre... Não ha como nossos fantasmas nos incomodar.  Pois ha bastante espaço para eles

se dispensarem de seus anseios...

sexta-feira, 21 de abril de 2017

LEIA! LEIA! LEIA! NÃO HÁ NADA COMO UM BOM LIVRO PARA NOS AJUDAR A ENTENDER O MUNDO

Apesar do pouco estudo; meu pai gostava de ler.
Certo, que na maioria das vezes, eram livros de cowboy; desses  em que a historia se resume:
em quem é o vilão, em quem é o mocinho e pronto.
Depois que ele partiu... Guardei alguns desses livros comigo.
Apesar de não admirar muito o gênero.
Quem sabe um dia eu leia pelo menos um exemplar.
  Quando senti pela primeira vez necessidade de ler; eu tinha aproximadamente uns 18 anos de idade; devido a minha gaguice ate hoje penso
que sou desleixo; e como sempre ouvi dos especialistas que leitura ajuda a superar o problema; procuro ler todos os dias.
O primeiro romance que li, como disse tinha 18 anos; foi um romance erótico, chamado "FABIANE AO ALCANCE DE TODOS”. O nome do autor infelizmente não me recordo.
A historia se passava em paris; Fabiana vivia uma vida insatisfeita consigo mesma; e procurava se encontra tendo vários casos amorosos.
Com o tempo, vieram realmente livros de verdade.
O primeiro: foi “ANTOLOGIA POETICA DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE”; depois " QUINCAS BORBA "; e muitos outros.
Meu pai,não gostava dos livros de minha preferência; mas, sempre que encontrava na rua,
pelos sebos que freqüentava, um autor que eu gostava, me trazia: " Trouxe um livro daquele cara que só fala em defunto! ". Assim me dizia ele, se referindo a Machado de Assis.
Hoje, tenho nas gavetas de minha cômoda uns 60 livros ou um pouco mais.
Maioria: clássicos da literatura nacional e internacional: poesia, filosofia, romances,
Clássicos infanto- juvenis.
Alguns parentes me perguntam:
“pra que você quer tanto livro?”.
“Gosto de escrever; preciso ler para isso.”.
É o que respondo.
Ler hoje em dia tornou-se algo tão difícil;
tem sempre um vizinho com som auto.
Carros de som que passam anunciando desde propaganda política... A todo tipo de anuncio.
Ou então alguém que vem conversar com você na hora da leitura; que desafio.
Quando criança: aguardava meus irmãos mais velhos saírem para seus afazeres, ou irem jogar bola; então escalava o beliche... E pegava um livro... Que tenho ate hoje comigo: “COMUNICAÇÃO EXPRESSÃO E CRIATIVIDADE EM PORTUGUÊS”. Eu mal sabia ler; no geral ficava olhando as figuras.
Quando meus irmãos voltavam, eu devolvia rapidamente o livro ao seu lugar e descia ligeiro;
quando pego, era aquela reclamação: " menino! tu vai rasgar isso; " ; " tu não sabe o que ta escrito ai! pra que tu quer isso? ". E assim eu ia começando incursão literária.
Um dia: quando estavam todos acostumados à minha trelosisse; subi no beliche; e peguei meu livro predileto; e quis pegar outro que tinha curiosidade de conhecer... Derrubei a prateleira.

Vai ver por isso, hoje, por castigo, tenho os meus livros todos engavetados.

terça-feira, 18 de abril de 2017

ALICE NO PAIS DAS MARAVILHAS

E como um sonho, ele brinca com o lado fantastico imaginário; da infância.
Quem não já sonhou com coelhos falantes e chapeleiros malucos?
Com divertidos diálogos e situações imprevisíveis; que mudam e acontecem espontaneamente;
Lewis Carroll: não só nos oferece um livro para nos divertir com esse universo infantil que muito nos cativa; mas também: para falar de autoconhecimento.
Reza a lenda que o livro foi inspirado;
numa  historia que  "Alice Liddle ": uma menina de 4 anos; amiga de sua irmã; lhe contou.
Onde tudo começa, quando Alice, personagem principal de nossa historia; durante um passeio no campo com a família, se vê entediada...
Resolve colher margaridas quando de repente descobre um coelho branco de olhos cor de rosa olhando pro relógio que tira colete e dizendo:
“Oh, meu Deus! meu Deus! vou chegar tarde!”
O fato desperta uma duvida em Alice;
Que resolve segui-lo; dando inicio a uma aventura como já disse: divertida e imprevisível em " UM PAIS DAS MARAVILHAS ".
Fica a nossa dica de leitura de hoje.
Leia: “ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS”.

E para terminar fica aqui o que a lagarta perguntou a Alice: - “Quem és tu?”

domingo, 16 de abril de 2017

POR QUE ESCREVER? COMO SURGIU PARA MIM O HABITO DE ESCREVER

Tenho uma letra horrível!
difícil de ler, graças a meu problema de coordenação motora.
Quando criança; recomendaram-me na escola
cadernos de caligrafia; eu nunca gostei, nunca consegui me dar com eles.
Ate que vendo minha resistência a estes cadernos;
uma professora me recomendou: - Faça copias dos livros. Eu só copiava os textos que gostava.
Eram poucos. Poemas de Vinicius de morais,
Crônicas de Drummond, maioria: textos que me atraiam pelo senso de humor.
Quando acabaram os textos dos livros;
Parti para copiar as letras de musicas das revistas de violão, de meu irmão mais velho;
quando adolescente queria ser roqueiro sabe.
Meu irmão me dera às revistas de violão dele quando casou. Por isso Morzat nunca casou eu acho.
Como já não tinha mais o que copiar;
passei a inventar o que escrever.
De inicio tudo que me vinha à mente me empolgava; achava polemico e coisa e tal...
Ah! Entusiasmo... Entusiasmo...
Algumas coisas desse entusiasmo, ainda preservei
e publiquei aqui no blog.
Com vinte anos, tive contato com um pessoal
que  realizava trabalhos com jornais estudantis e comunitários; onde pude desenvolver uma idéia mais critica das coisas e ter contato com livros de grandes autores.
E passei a pensar me tornar um grande escritor também.
Achava, ou melhor, tinha a ilusão de que um escritor, não tinha outra vida senão a de seus livros.
Demorei a perceber que um escritor é na verdade:
nada mais, nada menos, que um super herói.
Isso mesmo São cavaleiros das trevas;  homens araquenidios;  enfrentando e descobrindo o mundo em suas aventuras e desventuras surreais.
E por isso precisa de uma identidade secreta.
Uma profissão; para que ele possa caminhar entre as pessoas comuns; e lhes fazer justiça; combatendo os seus vilões com sua super visão panorâmica.

Sei que estou muito longe dos autores que admiro. Mas, no entanto, escrever: me da prazer.
É por onde consigo enfrentar meu cotidiano;
descobri dentro de mim possibilidades de combater meus próprios vilões:

Minha timidez; minha solidão.

sábado, 15 de abril de 2017

VIDA DE COLECINADOR

Quando meu irmão mais velho saiu de casa;
Deixou seus discos de vinil.
Que eu guardo ate hoje. Fora, os que eu já comprei também por conta própria.
São hoje 11o discos; que vão desde clássicos
do Rock nacional e internacional; como:
“LEGIÃO URBANA”, "U2", à clássicos da MPB
e da musica pop; como: " FAGNER "  " A-HA "
e ainda discos de artistas populares e também da musica eletrônica; enfim: uma pequena miscelânea. Cresci num ambiente apesar de conservador, musical.
Certa vez, estava eu ouvindo um disco da Elba Ramalho: “CORAÇÃO BRASILEIRO”. Onde se pode encontrar uma musica da qual gosto muito! “A VOLTA DOS TROVÕES”.
Como dizer? A perfeita harmonia entre letra e musica. Que fala de ecologia; numa época que ecologia não andava “tão em moda como hoje”. Pois estou falando de 1983;
ano que foi lançado o disco.
Já eu, para que ninguém se perca,
me encontrava em 1990, 1991, por ai...
O fato: é que, sem entender porque,
A canção “A VOLTA DOS TROVÕES”
despertou em mim uma curiosidade;
fui ler a ficha técnica do disco.
E me deparei com umas participações especiais na musica; que eram de:
Cesar Camargo Mariano, Roupa nova
e Céu da Boca. “três estilos diferentes da musica popular brasileira; participando de um
disco de forro. ““. Pensei eu.
E graças a essa mera observação; passei a observar também as fichas técnicas de outros discos. E passei com o tempo não só a me informar sobre os discos que ouvia como também sobre os livros, filmes e tudo mais
que achava de interessante tanto nesse universo artístico como em outros universos.
Nasceu assim, dessa maneira inusitada 
um colecionador.
Se os caminhos e motivos que levam
uma pessoa a colecionar são diversos...
eis aqui como surgiu os meus.
Mas, deixando de lado minha historia...
e se concentrando apenas nessa arte
cada vez mais eminente... Seja qual for à classe social ou fachetaria;
a arte de colecionar tem sido de grande importância para a preservação da nossa história aqui por esse mundo.
Colecionar selos, por exemplo:
nos ensina muito sobre o local, ou seja:
cidade ou pais de onde eles vem.
O mesmo podemos dizer de um disco de vinil
e as situações históricas em que ele foi lançado.
À quem nunca foi adepto desse tipo de arte;
é uma coisa que recomendo;
pois faz bem a memória e nos ajuda a desenvolver em matéria de conhecimento.
Claro, que tem o seu lado vamos dizer chato.
Mas, isso parte muito de quem não entende os motivos de quem coleciona;
acha que é vício... Ate mesmo loucura...
mas isso com organização e calma ao longo do tempo se torna mais compreensível;
meu irmão mais velho por exemplo, o dono dos discos, me chamava de museólogo.

Hoje, sua filha mais nova vem colecionando disco de vinil.

O CASTELO DOS PIRINEUS


sexta-feira, 14 de abril de 2017

CARLOA DRUMMOND DE ANDRADE


Meu nome é José. E por ser José, lembro-me de quando criança, ouvir sempre o mesmo refrão:

- principalmente na voz de minha avó, dona Severina (D. biu ), de quem  guardo maior lembrança cantarolando: - E agora José?. A musica era então, um poema de Carlos Drummond de Andrade; musicado por Paulo Diniz.

 E eu passei a achar na época, que cada pessoa tinha sua própria musica. Assim como eu me chamava José; minha avó que se chamava Severina tinha também sua musica; e por ai em diante... Infância, coisas de infância... E foi assim que tive contato pela primeira vez com a poesia de Carlos Drummond de Andrade.

Este mineiro; nascido em Itabira; no inicio do século XX; participou do movimento modernista; movimento que surgiu no intuito de romper com os padrões convencionais de excreção nas artes. Ate então entre o final do século XIX e as duas primeiras décadas do século XIX, consideradas tradicionais e inquestionáveis.

Mal podia eu adivinhar que mais tarde Drummond viria à se tornar ao lado  de Machado de Assis e Jack Kerouac, um dos meus escritores prediletos. Com sua poesia irônica, observadora do homem e seu tempo; Drummond: ao lado de nomes como Manuel bandeira, e Mario de Andrade: decantou através de seus versos, o lado prosaico da natureza humana.        Confesso que, quando criança, a musica me assustava. - Por que “e agora José?” - eu me perguntava! .

Anos mais tarde no ginásio; cruzei novamente com essa musica, ou o que poderia ser no meu entender então, a letra da musica.

Num livro de comunicação e excreção; como eram chamados os livros de português e literatura na época. Lá estava o poema “José”

acompanhado de outro poema: " poema de sete  faces " . Por sinal poema que abre o primeiro livro

do Drummond: " Alguma poesia " , e também sua mais conhecida antologia poética. Se “José” me assustara quando criança pela força de sua indagação; o " Poema das sete faces " me conquistara pelo seu jeito fragmentado e irônico de interpretar o mundo em geral.

Um pouco mais à frente; terminado meus estudos;

fui encontrar em um sebo de livros, o livro "Antologia poética ". Organizada pelo o próprio autor.E o vendedor também se chamava Carlos.

E pude dai por diante conhecer mais de perto a obra de Carlos Drummond de Andrade.

Poemas como: ““ A morte do leiteiro”; “ A flor e a náusea";  verdadeiras crônicas sociais 

questionando o papel de cada um inclusive o do escritor diante da vida e do mundo.  Abordando temas com: o amor, a fraternidade e a solidão.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

ASFALTO SELVAGEM



Escrito entre agosto de 1959 e fevereiro de 1960;
“ASFALTO SELVAGEM” narra à saga de Engraçadinha; e como diz o subtítulo:
“seus amores seus pecados”.
Na época: seus 112 capítulos foram publicados no jornal carioca “ÚLTIMA HORA”; onde foram acompanhados
Por um publico que se surpreendia e se chocava a cada capitulo.
“ASALTO SELVAGEM” trás uma historia épica; e personagens tão intensos que chegam parecer reais!
Alem disso, ele trás uma inovação para nossa literatura:
Uma historia contada atirando seu tempo para frente e para trás como em um frash-back.
Do Rio de janeiro de 1959 a Vitoria (ES) de 1940.
Fazendo o leitor pensar que a historia fora ocorrida tão recentemente diante de tanto realismo.
Colocando Nelson Rodrigues, seu autor: entre os grandes dramaturgos de nossa historia.
É a dica literária do ATEMPORALETC.COM de hoje.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

TEMPOS MODERNOS


Lançados em fevereiro de 1936, Tempos Modernos, encantou e segue encantando gerações.

Eu posso dizer: que tive contato com este filme em diferentes momentos de minha historia.

A primeira: quando bem criança; e me diverti

 apenas com as pantomimas de seu personagem principal, claro, sem entender nada da historia.

Em seguida: algumas vezes na adolescência e juventude;

quando eu não passava de um rebelde radical metido;

e entendia apenas do filme, uma mensagem política.

Arroubos da juventude.

Recentemente: tive nova oportunidade de ver novamente o filme enquanto cursava um curso de almoxarifado.

E pude observar do filme: muito mais que pantomimas

e mensagens políticas; alias: no filme há uma mensagens  política, há humor, e humor  é uma das maneiras de fazer política. Digo ate de uma maneira mais honesta.

 

A historia se passa no inicio do século XX;

satiriza os meios de produção da época.

O crescimento da industria,

e chama  a atenção para os desafios e problemas

que a sociedade,  ate então, dita moderna  na época,

tem de enfrentar.

O seu personagem principal: tem dificuldade de se adaptar à esta nova sociedade; cada vez mais  mecanizada e veloz; colocando de lado , na maioria das vezes sem perceber,  seus sentimentos.

Hoje, podemos dizer, não é muito diferente.

A velocidade, a automatização, cada vez mais fazendo parte da de nossas vidas. E lhe dar com essas transformações e com esses avanços... continua sendo um desafio para muita gente. Eu mesmo que o diga. Eu,

Que sempre fui uma especie de Dom quixote nesta vida;

pois é isso, vejam só vocês, que acabei de descubrir enquanto lhe escrevia este texto; o personagem do filme representa um Dom Quixote moderno.

Eis o motivo de seu atemporal encanto. Eis o que o mantem atual ate nos dias de hoje.

Pois, por mais que a sociedade se modernize: não vão faltar nesta vida Dom Quixote.

 

Pesquisando ainda sobre o filme na internet:

descobri que ele foi lançado num dia 5 de fevereiro.

Data de meu aniversario por sinal.

Mas um motivo então, para eu homenagear este grande filme. Fica aqui mais uma dica de cinema do atemporal:

para você que já viu; para você que ainda não viu;

assista tempos modernos.

terça-feira, 11 de abril de 2017

POESIA PARA CONTEMPLAR

VERSOS INSCRITOS NUAM TARÇA FEITA DE UM CRÂNIO

"Não, não te assustes: não fugiu o meu espírito
Vê em mim um crânio, o único que existe
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste.

Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri;
Que renuncie a terra aos ossos meus
Enche! Não podes injuriar-me; tem o verme
Lábios mais repugnantes do que os olhos teus.
...

Onde outrora brilhou, talvez, minha razão,
Para ajudar os outros brilhe agora eu;
Substituto haverá mais nobre que o vinho
Se o nosso cérebro já se perdeu?

Bebe enquanto puderes; quando tu e os teus
Já tiverdes partido, uma outra gente
Possa te redimir da terra que abraçar-te,
E festeje com o morto e a própria rima tente.

E por que não? Se as frontes geram tal tristeza
Através da existência -curto dia-,
Redimidas dos vermes e da argila
Ao menos possam ter alguma serventia”


Lord Byron