segunda-feira, 31 de agosto de 2015

À VITORIA DOS AMORES OPRIMIDOS

Me perco seguindo teus passos...
E te encontro em meus braços;
monta em teu cavalo ó anjo!
A luz do crepúsculo entra pela janela
a te enlaçar a pele nua;
enquanto lá fora se despede o sol...
Na luz de seus olhos se deixa seduzir meu coração.
Amantes de um fim de tarde.
sem palavras,,, apenas pensamentos...
se encontra nossas almas no que sobrou de mais suave...
Ao fim de mais um furioso dia.

José Correia Paz

domingo, 30 de agosto de 2015

SIMPLICIDADE X HUMILDADE

Nasci e cresci em meio a uma guerra de egos. E quando dei por mim: era tarde. Já havia participado dessa guerra. Demorei muito para entender que expressões como: - “Eu sou humilde!” não passa de um disfarce do orgulho. Pode presta atenção: é sempre quem gosta de se expressar assim, que quando chega a algum ponto alto se torna um arrogante.
E hoje em dia o que me chama a atenção: é que ninguém quer ser simples, todos querem ser “humilde”. Jogadores de futebol, pseudos   artistas, políticos, os lideres religiosos então... Cada um mais “humilde” que o outro. Quando no fundo é tudo um embuste. É graças a esse tipo de gente e sua subserviência; que a cada dia perco minha fé na humanidade.
Sou muito mais a simplicidade que a humildade. Muito mais honesta. Muito mais sinceras. Se você tem uma informação da qual eu precise aprender, se troca essa informação sem subserviência. Não é preciso que alguém baixe a cabeça para isso. Enquanto o humilde: sempre vem com um falso ar de obediência, quando na verdade não passa de um embuste. Basta um tropeço de alguém, e lavem os abutres.

Infelizmente, graças há esses tempos melancólicos e politicamente corretos, ninguém quem mais ser simples. Tudo vira um discurso afetado e demagogo qual um programa de domingo... Uma camuflada guerra de egos onde a hipocrisia toma conta da maioria das almas... Que cheias de comiseração passam dizendo: - “sou pobre graças a Deu!”.  

sábado, 29 de agosto de 2015

A MÃO QUE BALANÇA O BERÇO

Sequestraram a baba!
O que será do bebê?
O que iremos fazer, quando quisermos brincar?
A noite é uma criança. Eu sei!
Mas meu bem, agora é que o bicho papão ta as solta!
Pra fazer o que bem entender.
E a madrugada nos olha; a madrugada nos cerca;
Com suas sombras de Platão!
Se sequestraram a baba! Que vamos fazer com a madrugada afinal?
Se os sonhos meu bem: que hoje embalam nosso futuro...
São tortuosos e impacientes...

De que nos adianta então as canções de ninar?

José Correia Paz

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

PRIMEIRAS AULAS

Tinha oito anos quando entrei para o primário; o ano era de 1980; e como posso dizer: conseguir uma vaga em uma escola publica naquele tempo não era fácil. ESCOLAS REUNIDAS LANDELINO ROCHA foi minha primeira escola. Onde estudei dos oito aos dezessete anos. Ainda hoje passei enfrente a ela; respirei um pouco de eterna juventude. Pois uma escola, se pensamos bem, nunca envelhece. Devido a juventude que por ela passa e se renova. Por ela deve haver outro José correia; todo tímido sem saber como lhe dar com as outras crianças que como ele inicia sua jornada e descobertas pela vida a fora. Não fui muito de aprontar. Era tímido. Não era mal aluno, mas em compensação tinha uma letra horrível; que me trouxe muitos problemas. Por três vezes repeti o ano. Minha letra era chamada pelos meus colegas de hieróglifo grego. Não me dava com cadernos de caligrafia, e acho graças à isso comecei a escrever. Pois foi por idéia de uma professora que comecei a faze copias dos livros de escola. Quando acabou os livros, passei para as revista de violão de meu irmão; e quando acabou as revistas passei eu mesmo a inventar o que escrever. Claro que demorou muito para que cada coisa acontecesse. Não foi assim de um ano para outro. Cada ano teve sua importância na minha formação. 1983 por exemplo, foi o no que repeti pela primeira vez; forçando-me a deixar a timidez um pouco de lado e me esforçar mais no ano seguinte. Já 1984: foi um ano inesquecível para mim, não só passei de ano, como também me sai como um dos melhores alunos de minha sala. Para depois decai em 1985; novamente repeti o ano por causa de minha letra. Nesse mesmo ano uma marca de refrigerante famosa fez um concurso de redação em volvendo todas as escolas do estado. Chamou-me a atenção, um colega de sala de aula que me disse: - Sabe por que vou ganhar esse concurso? Por que ninguém entende tua letra. E ele ganhou o concurso. Os anos seguintes foram meio a meio; em 1986 fiquei em recuperação. Em 1987, e 1988, me mantive bem dentro do nível, já em 1989 penei para passar... E foi nesse ano que  a professora waldete teve a idéia de eu fazer copias dos livros para melhorar minha letra.  Minha letras ainda não são uma perfeição. Acho ate que nunca serão; tem algo em minha codernação motora que a impede de desenvolver. Mas isso não me importa mais. Com tudo posso dizer que hoje sou uma pessoa que aprendeu com seus tropeços e com seu acertos. E que vive seus dias procurando aprender com que a vida tem a lhe ensinar. Pois a vida é um grande aprendizado. 

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

AS HISTORIAS DE MINHAS NUVENS

Apesar de eu ser um grande admirador do verão; pois nasci em fevereiro; mês de sol e calor. Dias nublados me fazem sentir saudades de minha infância. Eu morava numa casa de fundo de quintal; no quintal de minha avó; D. Bil. Éramos sete; minha mãe, meu pai, meus quatro irmãos e eu. Sabe: não sou afeito ao inverno, por esse efeito melancólico que ele nos produz; e como já disse antes: detesto melancolia. Mas, não sei por que, dias como o de hoje também me fazem se sentir saudosista. A primeira coisa que me vem à mente: é o olhar que lancei pela janela da cozinha de minha casa, e a sensação de tranqüilidade que senti olhando para nuvens, que eram muitas como agora; e pouco podia se ver do azul do céu.
Lembro-me que corria pelo quintal em meio ao vento frio, e plantas que ondulavam ao vento, atrás de uma bola que ganhei de presente de um tio. Que também se chamava José. De às vezes, jogar bola com um de meus irmãos e ate primos e vizinhos. De inicio: não tínhamos TV, e quando conseguimos comprar uma: pouco podia assistir... a energia era muito cara. Vivia o Brasil: um período de trevas! Repressão política etc., eu: claro, uma criança não entendia o que se passava, mas a maneira de agir das pessoas, não era difícil de entender que tinha alguma coisa errado. – hoje percebo o quanto esse céu nublado contrata com a realidade da época.  E como nunca gostei de autoritarismos; talvez venha daí meu repudio ao inverno.
Lembro-me também das minhas primeiras idas à escola. Minhas primeiras aproximações com as letras. Não foi  assim grande coisa; eu não me importava muito. Não havia assimilado a importância dos estudos pra minha vida. Era uma escola que ficava na rua do caju, a professora se chamava: Nelinha,  lembro-me que ela tina um cachorro preto, peludo, não sei dizer a raça. Sei que muita criança se deveria com ele ao recreio. E de que no inverno,para chegar a escola tínhamos que atravessar por sobre pedras a maré alta. Quando não tinha aula: quando não por causa de um feriado, mas por causa da chuva; ficava eu, olhando os quintais. De casa e da vizinha, vendo a maré inundando tudo... e comparava com os rios que via na TV, nos filmes de Tarzan.
E pensar que tantas lembranças, cabem nua nuvem; fora o que só vou contar depois, das chuvas que tomei a caminho da escola. Ao som de canções como Aline, por exemplo, me fazendo se sentir um personagem de um filme Noir.   As vezes que cheguei ensopado na escola; não pelo medo de perder a aula, mas por causa de alguma garota que nem sabia de minha existência. Na educação física: o jogo de bola debaixo de um céu nublado e o eco de nossas vozes pela praia... Transformava-nos em Deuses do Olímpio.
O que grava essas nuvens hoje? Que observo de minha janela? Alem das lembranças e as mulheres bonitas que vejo passar. Guardarei seus desenhos em alguma nuvem em minha memória; para quem sabe numa próxima postagem as contar.

José Correia Paz

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

TEMPOS MELANCÓLICOS! ECA!

Se existe um sentimento do qual não sou afeito, sem duvida esse sentimento é a melancolia. Não existe sentimento, se podemos chamar de sentimento, mais corrosivo que a melancolia. Corrosivo e inútil; que nada nos trás senão que desolação e autocomiseração; tirando-nos a vitalidade, e nos arrastando para um lugar frio e orgulhoso; onde a vida se vê estagnada e sem saída.
E nesses tempos atuais: afeitos a ideais melancólicos; tempos de politicamente corretos nos policiando a vida; viver vem se tornando algo muito melancólico e insuportável. As pessoas parece perderam a espontaneidade. Vivem mais preocupadas em recolher adeptos para seu “mundo ideal” do que encontrar amizades. Estão mais preocupados em controlar o outro do que aprender com outro.
E nisso: vem àqueles chatos senhores de rebanhos! Com seu discurso melancólico; e seu gesto histriônico, e leviano; espalhando melancolia como que planta jabuticaba nos corações das pessoas.
É preciso se romper com esses tempos, eles nada tem nos ajudado nesse inicio de século. Nada tem nos dado a não ser uma copia camuflada de autoritarismos pelos quais já passamos... E sabemos no que deu. Ostentando suas bandeiras escondendo-se atrás de um discurso melancólico; nossos donos atuais: vão construindo o mundo que ta ai! Paranóico! Com suas patrulhas ideológicas a nos destruir a alma. Nos transformando em zumbis com sua melancolia.
Detesto melancolia. E o sentimento mais perda de tempo que se pode expressar. Dele se aproveitam aqueles que não têm nada a dizer , e escondem em falsas lagrimas o seu vazio. Sei você esta se perguntado: - Mas você gosta de blues? – mas acontece que o blues expulsa a melancolia; e não a alimenta. E nós temos mesmo é que expulsar a melancolia.


José Correia Paz

terça-feira, 25 de agosto de 2015

QUEM É VOCÊ? QUEM? EU? POR QUE?

Quando criança tinha uma saúde muito frágil; por conta disso hoje me chamo José. Era não sei se ainda é, uma supestiçãoo muito comum naquele tempo. Se menino tinha que se chamar José, se menina Maria. Caso fosse de saúde frágil. Pois segundo quem adotava a surpestição: era por que o menino ou a menina será um sofredor. E por isso tem que lhes da um nome que lhes proteja.
Confesso que não gostava da idéia de ser um sofredor. Quem gosta? Não me agradava esse pensamento de que teria pela frente só tropeço. Era um pensamento muito pessimista no meu entender. E durante um bom tempo, ou melhor, cresci não apreciando meu nome.
Na escola quando comecei a freqüentar a educação física, e comecei a participar das peladas, no meu time tinha um sujeito que também se chamava José; e jogávamos na mesma posição: zagueiros. E para não confundir-nos na hora de passar alguma instrução; o responsável pelo time teve a idéia de nos chamar pelo sobre nome. Sendo assim: meu companheiro de zaga passou a se chamar Ricardo; e eu Correia; e mais adiante ele foi para o ataque; e eu para o gol. E como ele foi o primeiro a começar a fumar entre nós, e era um pouco esquentado... ganhou o apelido de hominho;  e eu por estar começando a usar óculos, passei a ser chamado de super-man; por causa da semelhança dos meus óculos com o do herói do filme quando estava disfarçado.
De lá pra cá tive muitos apelidos; maioria por conhecidência com nomes de super heróis. Hoje sou calango; por causa de um palpite de jogo que meu irmão deu a um jogador.  E depois de passado por muita coisa, vivenciado muita coisa, e ter sobrevivido a todo o sofrimento. Conclui que é besteira, que meu nome não tem nada a ver com meus tropeços e acertos; e que rejeita-lo só iria dar mais credito a supertição. E o que mais importa é nossa personalidade diante da vida. Chame-se você como for não tenha vergonha ou preconceito com seu nome;  e sim busque dar personalidade a ele. Pois no final das contas: o que vale é a nossa  personalidade diante da vida. E a vida: só pede nós um pouco de ação; para continuar em movimento; para que venham outros josés, outras Marias.

José Correia Paz 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O OLHAR DO TEMPO

O que fazemos com o nosso tempo, ou o que o tempo faz de nós, tem sido nos últimos tempos o que mais inconscientemente nos preocupa.  E cada vez mais ansiosos nos atiramos numa espécie de montanha-russa invisível; onde nossas emoções nos transformam em verdadeiros Dons Quixote urbano. Ao mesmo passo que a busca de nós, tendo que responder aos anseios dos tempos de então.
Sem notarmos aceleramos tanto o passo... Que mal paramos para uma conversa; (nem num sinal fechado) como diria o Chico. E ainda estranhamos, quem tenta manter a moda antiga; estigmatizando quem parar numa esquina para uma conversa. “são uns vagabundos” é a primeira expressão que salta a boca. Sabe: são tempos de progresso... Não se pode perder tempo... Se não o tempo passa por cima de nós.
E sendo assim: não falta é gente para passar por sobre gente. Lutando contra um tempo indiferente, só nos resta sermos indiferentes também. E nisso, para nos confundir mais ainda, com se não faltasse todos os problemas sociais que temos; inventamos as ideologias.  E com elas: as patrulhas ideológicas. E enchemos o saco um do outro por causa de bandeiras de partidos, de times, de religiões, e etc.
Tudo isso por que não sabemos aproveitar o tempo. Precisamos de trabalho, precisamos prazer, precisamos de amizade, para nos ajudar a passar o tempo; e, no entanto: vejo-nos cada vez mais sós, cada vez mais antipáticos, insatisfeitos com o trabalho, ou sem nenhum trabalho para corresponder nossas necessidades.
O que fazemos do tempo, e em que o tempo nos transforma, surge justamente de nossa incompreensão; de justamente de não entendermos ou não quisemos entender: que o tempo é indomável... e o que melhor é aproveitamos o nosso tempo com toda a calma e tranqüilidade;   buscando é claro suprir nossas necessidades, mas certos de que o tempo para nós passa,,, ele passa. CARPE DIEN.


José Correia Paz

domingo, 23 de agosto de 2015

FANTASMAS

Enfrente seus fantasmas. Só assim descobriras que eles não são de nada. É de seu medo que eles precisam; sua ânsia sua solidão. Repara: desde cedo, desde nossa chegada, nos inventam porões; e outras formas de prisão. Não se deixe enganar pelos desafios que te lançam; com o tempo veras que são apenas desafios... e todo mundo precisa de um pouco de aventura.

Enfrente seus fantasmas. Se arrastam correntes, são eles que estão acorrentados. Não se deixe confundir por suas sombras ou se intimidar com suas gargalhadas... Ecoando pela madrugada... se é terror que procuram: mostre-lhes então quem é o monstro.

José Correia Paz

sábado, 22 de agosto de 2015

ALMOÇO NA RELVA

Inspirado num quadro do Ticiano, que representava duas musas banhando-se perto de dois homens de casaca; Manet pôs três dos quatro personagens sentados na grama. E estes três personagens são dois homens vestidos e uma mulher nua. A mulher olhando como que para o espectador, convidando ele a lhe olhar enquanto ela se exibe; revelando o voyeurismo que ele, o espectador, deseja incobrir.
O quadro AMOÇO NA RELVA exposto em 1863; é o segundo de uma serie mais conhecida de Eduard Manet. Considerado por muitos o inventor da modernidade picturial. Participante do salon dês refuses. As outra obras são: O BEBEDOR DE ABSINTO – 1859; OLYMPIA 1865; uma coisa em comum entre essas obras: foi a recusa que sofreram na época por causa de sua ousadia. – verdadeiros artistas causam essas coisas sabe?-.
Das três telas polemicas para época: ALMOÇO NA RELVA foi a que mais sofreu com a critica; tornando ela alvo de zombaria e injuria; qualificando-a: de obscena e indecente. Chegando a ser retirada da exposição.  Mas arte quando verdadeira ela supera todos os obstáculos; e a liberdade de expressão sempre superara a ignorância. Tanto que, passados 152 anos; ALMOÇO NA RELVA continua quebrando tabus e desafiando preconceitos.

Eduard Manet seu criador; nunca se tomou por mestre. Mas reuniu em torno de si, pintores independentes e diversos uns dos outros, que veriam a formar em seguida: O MOVIMENTO IMPRESSIONISTA. Movimento este, que se tornaria mais reconhecido em meados de 1870; Manet, apesar do reconhecimento entre a classe artística, continuou sempre a margem dos circuitos oficiais. E segundo alguns historiadores: OLYMPIA uma de suas rejeitadas obras, só foi aceita no museu de Luxemburgo, por intervenção de Monet; que defendeu a obra de Manet após sua morte. Coisas que só a arte através dos tempos pode nos ensinar.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

21 DE AGOSTO DE 1989 O DIA EM QUE A TERA PAROU

Quando recebi a noticia da morte de Raul Seixas, me preparava para ir à escola. Uma tia veio me contar que ouvira no radio que aquele cantor que eu gosto muito havia morrido. Liguei a TV e procurei o noticiário. Fui para escola desolado. No caminho, por todo o bar que eu passasse em frente e tivesse tocando musica: só rolava Raul. "METAMORFOSE AMBULANTE" aqui, "OURO DE TOLO" ali, e assim começava a historia de um mito.
Na escola, sentei-me la no fundo da sala, puxei um caderno que usava com diário, e escrevi a respeito enquanto ouvia a sala inteira comentar. Me surpreendi com professoras que gostavam de ouvir Raul, e descobri ouvindo as pessoas cantando sua musica detalhes que ate então não havia notado. O quanto ele alcançava diferentes  públicos  com única canção por exemplo.
Lembro-me que se aproximou de mim um colega, a quem eu chamava de sabichão, pois era muito bom em matemática. Ele me perguntou: - quem morreu mesmo? - o Raul seixas. Respondi. - Ah não vai fazer falta não, daqui a um ano nem vai ser mais lembrado. Não sei se o resto da turma lembra-se desse sabichão? Eu me recordo, principalmente pela vontade de chama-lo de idiota. Naturalmente ele nem se lembra de ter dito isso, deve estar por ai, sentado em algum lugar ouvindo Raul Seixas. Goste ele ou não.
Vinte e seis anos se passaram; e a obra do Raul continua mais lembrada do que nunca; muita coisa já foi tirada de seu baú; e provavelmente muito ainda vira. É uma pena que eu tenha perdido o diário que eu escrevi na época, gostaria de ler ele hoje para sentir o contraste da emoção de então com a de meus 17 anos; lembro-me que 1989 foi um ano péssimo para mim. Na escola. E também no meu dia-a-dia.
Passado todos esse tempo: o que já tive de fitas cassetes, o que já juntei de artigos de jornais e revistas, fanzines, dois discos de vinil,  três CDs,  fora o que pesquiso na internet em buscas de imagens que ainda não vi ou quero rever, daria talvez para escrever um livro. Infelizmente não sou bom escritor, alias, nem escritor sou.  Por enquanto fica apenas essa homenagem de fã: toca Raul! 


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

QUE SONO ARETADO!

Certa vez, ao pegar um ônibus a caminho da cidade; sentei-me ao lado de uma moça que estava ouvindo musica no celular. De repente ela começou a cochilar, e de repente colocou sua cabeça em meu ombro; que mimo; - pensei. Com o balanço do ônibus ao fazer uma curva e sentindo que havia encostado em alguma coisa, - no caso eu-, ela se acordou; me pedindo desculpas: - o senhor me desculpa! Eu to com um sono arretado! Lhe perguntei se tinha passado a noite estudando, já que usava uniforme escolar, - não. Disse ela: - conversando na internet.
Coitadinha! Sei bem o que isso. Sabe: quando tinha mais ou menos a idade dela costumava ficar ate tarde da noite vendo TV; quando a programação de fim de noite era mais interessante sabe. Hoje da um sono arretado! Gosto muito mais da internet.  Embora evito navegar na internet de noite. Pois, segundo andei lendo (na internet): a internet tira o sono; assim como o café, o refrigerante, e o sexo. - "sera que as pessoas andam fazendo menos sexo; por isso andam sonolentas?" Enfim deixamos isso para os especialistas responder. isso sem contar o stress do dia a dia.
E hoje em dia o que não falta é stress. Parece que a cada dia somos obrigados a nos desdobrar: com trabalho, com o estudo, e conosco mesmo. E quanto mais precisamos de tempo... mais ele parece ser pouco para nós. E isso parece ser o desafio desse nosso presente.
Tentar conciliar nossos horários para que nosso sono não nos faça perder a parada, tornou-se algo muito comum em nosso dia-a-dia; vira e mexe, tem sempre ao nosso lado se queixando de estar com muito sono. Eu mesmo; já sofri muito por causa de insônia; sou ansioso. E qualquer compromisso urgente costumava me tirar o sono. Hoje aprendi a controlar mais minha ansiedade e me livrar da insônia.
Sabe o que nos gera ânsia? A expectativa. E nos tempos atuais o que não falta é expectativa para nos manter acordados. O numero de informação triplicou; e inda não aprendemos a responder a esse numero de informação; sem comprometer alguma coisa de nossa saúde. – o sono por exemplo. Sem notarmos; nos deixamos envolver por um tempo cada vez mais sem tempo. Nos esquecendo de corresponder a nos mesmos.
Acredito que demorara muito para que possamos conciliar melhor nosso tempo e nossos afazeres, para que possamos aproveitar a vida sem stress. Ate lá, só nos resta ficar com um sono retado

terça-feira, 18 de agosto de 2015

QUE MUNDO CONFUSO ESSE, Não?

Fico observando: algumas pessoas, ou a grande maioria das pessoas têm o costume de ouvir Raul seixas, John Lennon, Bob Marley. Mas sempre quando cruzam com alguém que, por exemplo: use cabelo cumprido, ou vista alguma coisa diferente, preto, por exemplo: a discriminam. – Oe! Então o que é que eles pensam ou sentem quando ouvem : “SOSSIEDADE ALTERNATIVA?” a hipocrisia é mesmo algo assustador e incompreensível; é como atravessar a vida... Sem a ter vivido. Vivendo apenas para dar satisfação ao outro; e só.
Quando na verdade: todos temem e odeiam o diferente. Na maioria das vezes, quando alguém lhe diz: - “Jesus aceita você como você é”; pode ter certeza: ela quer dizer: - “Ele aceita... Eu não.”; e assim caminha a humanidade. Mentido pra si mesma enquanto canta “viva a sociedade alternativa” ou “imagine”.
O impressionante! É que estamos no século XXI; e parece que não avançamos e nada. – a não ser tecnologicamente. Mas continuamos os mesmos seres sedentos por autoritarismo e moralismo que se deslumbra fácil por qualquer discurso politicamente correto; pois na grande maioria das vezes gostamos de tudo que esteja dentro de um quadrado. E aquele que não se enquadra... Bom! “Jesus o aceita como ele é”; NE verdade.

A cada dia que passa... Confesso que estou ficando descrente com o mudo. Não que devemos entregar os pontos, afinal, se compararmos com o mundo passado: ele é o mesmo mundo de sempre. Só fico um pouco frustrado quando percebo que as pessoas andam ouvido “WE ARE THE WORLD” enquanto se apedrejam umas as outras por não aceitar diferenças. Sinceramente é um pouco confuso não?

José Correia Paz

sábado, 15 de agosto de 2015

O FIM DA GUERRA.O INICIO DO AMOR

OS 70 ANOS DE UM BEIJO ROUBADO

Celebrou-se neste 14 de agosto o setenta anos do final da segunda Guerra Mundial. Pelos jornais não faltou matéria lembrando o fim desse episodio e o quanto ele foi comemorado ao ser anunciado o seu fim. E para comemorar não só o fim desse episodio terrível  que marcou a historia da humanidade mas também para lembrar um dos beijos mas marcante de nossa historia. (Aliás: nada melhor do que um beijo para se comemorar o fim período tão sombrio;) milhares de pessoas se reuniram TIMES SQUARE EM  Nova York; para um beijo coletivo.
O beijo não foi dado em nenhum filme de Hollywood, e sim no meio da rua em Nova York; entre uma enfermeira e um marinheiro. A cena foi fragada pelo fotografo e jornalista: Alfred Eisenstaedt.  Nesta mesma data em 1945.
Reza a lenda que ao se anunciar o fim da guerra: foi grande o numero de pessoas a sair pelas ruas a comemorar. Alfred: percebendo um marinheiro que saltava e corria; e agarrava todas as garotas que passavam a sua frente; despertando assim a atenção do fotografo que resolveu sigilo. Ate deparar-se com o momento histórico; e guardar para sempre com suas lentes. O marinheiro conseguira roubar um beijo de uma enfermeira que também comemorava o fim da guerra em pleno Times Square.
Edith Shain revelou alguns anos depois, que não retribuiu o beijo, e ainda deu um chega pra lá no entusiasmado rapaz; (ou Edith! Paz e amor Edith!). Glenn McDuffie, o marinheiro que lhe roubou o beijo, morreu no ano passado com 86 anos de idade.
Ate hoje o beijo é um dos registros fotográfico mais marcantes da historia. Sendo sempre lembrado e representado em homenagem há esse dia histórico de 14 de agosto de 1945. (Aliás; nessa mesma data só que em 1910; nascia minha avó; outra figura histórica de minha vida.). enfim: alem da foto tirada por Alfred existe uma segunda foto tirada por outro anglo pelo fotografo Victor Jorgensen. E ainda segundo uma declaração de Glenn McDuffie “o marinheiro beijoqueiro”; sua namorada estava presente e pode ser vista em uma das fotos assistindo o beijo. O que ela disse ou pensou a respeito da cena Glenn não comentou. Mas afinal o que é um beijo roubado – mesmo que esse beijo seja de seu namorado e outra garota diante de uma guerra que matou mais de seis milhões de pessoas.
Eu digo: abaixo a guerra! Viva o beijo!

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

NA ESTANTE DO ATEMPORAL

DO QUE EU FALO QUANDO EU FALO DE CORRIDA


Ganhei este livro de presente de um amigo; que também é escritor. À principio: fiquei um pouco pensativo; afinal um livro que fala sobre corridas e maratonas, como isso pode ser contado? Eu me perguntava. Haruki Murakami é o primeiro escritor japonês que tenho o prazer de ler. Um romancista que tem como lazer o ato de correr. E foi começando a correr que ele pegou o gosto de participar de maratonas. Como a de Nova York por exemplo.
DO QUE EU FALO QUANDO EU FALO DE CORRIDA Nara as suas aventuras e desventuras e todas as suas descobertas como maratonista. As semelhanças que ele encontrou entre o ato de correr e escrever. A importância de se manter em forma se quiser manter sua vitalidade no campo literário.
É um tipo de livro que nos trás a missão se não de nos incentivar a correr, mas sim de buscarmos fazer aquilo que gostamos. E nos entregar de corpo e alma; sempre buscando o melhor resultado; mas independente do resultado sabermos demos o melhor; e reconhecer um ensinamento nisso.
Desde os 23 anos; eu parei de praticar esportes. E algum tempo venho pensado em voltar a praticar alguma coisa. Nesse ponto: ao ler DO QUE EU FALO QUANDO EU FALO DE CORRIDA me motivou muito a idéia de voltar ater uma vida mais saudável. Quem sabe,assim como na vida do escritor Haruki Murakami, que transformações pode me trazer. Faça um teste: leia DO QUE EU FALO DO QUE EU FALO DE CORRIDA e veja o quanto este livro lhe estimula.

Todos os bastidores de uma maratona e toda árdua preparação de um atleta: perante os desafios, os recordes, todas as decepções e sucesso que cercam sua vida profissional é tratado com todo o detalhe de quem realmente vivencia cada momento seu trabalho. Fazendo dele assim como a literatura sua segunda paixão. Leia o livro e comprove de uma boa leitura e uma boa corrida.    

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

CUIDADO! AI VEM O HOMEM-ARANHA

Ao lado de ZRRO, BATMAN, SUPER-HOMEM e TARZAN, HOMEM-ARANHA é um dos super heróis dos quadrinhos que tem suas aventuras contadas no cinema. Desde sua estréia nos gibis: já foram ao todo(pelo menos eu contei): seis produções para Hollywood; e mais uma serie para TV nos ANOS 70; isso sem contar um serie japonesa e os desenhos animados e games. A lenda de Peter Parker, ops! Entreguei a identidade secreta de nosso herói! Enfim: Peter é um estudante que visitando uma feira de ciências em uma universidade é picado por uma aranha e estranhas mudanças começam acontecer com seu corpo; mudanças como escalar paredes por exemplo.
Então de um simples estudante tímido que vive com sua tia e tio; e que tenta ganhar a vida como fotografo em um jornal dirigido por um diretor inescrupuloso; Parker se torna o HOMEM-ARANHA. E com seus super poderes surgem grandes responsabilidades e grandes conflitos éticos, enquanto enfrenta vilões poderosíssimos como o DUENDE VERDE; O HOMEM DE ARIA; DR OQUITOPOS; ele tem que esconder sua identidade secreta para proteger seus amigos e parentes mais próximos. “fico imaginando o Franz Kafka lendo um gibi do HOMEM-ARANHA”. Acho que ele iria dizer: - “já vi isso mais o menos em algum lugar!”.
LançadoEM 1062; na revista “maazing fantasy” ciado por stan Lee e stive ditko enfrentando o vilão  “O CAMALEÃO”; o homem-aranha, pelo que vem demonstrando: não só continuara dando muito trabalho aos malfeitores que cruzam seu caminho; mas também encantando todo e qualquer garoto que goste de um bom gibi e uma boa aventura.

Eu por exemplo: uma das recordações que mais trago comigo é a lembrança do terraço da casa de minha avó; onde eu costumava ler gibis e me deliciar com as aventuras de meus heróis prediletos. E a maioria dos gibis eram emprestados ou por um primo; ou por um amigo.  E viajava naquela atmosfera  sul realista, muito embora não conhecesse a existência da palavra (sul realista), mesmo assim sonhava com as espetaculares aventuras e a possibilidade de me tornar um super herói também. “virei blogueiro”. Enfim: HOMEM-ARANHA é um dos meus super heróis prediletos; talvez ele não ganhe do Batman que é mais parecido comigo pelo seu lado soturno; mas, sem duvida um herói que nos cativa ainda hoje por seu carisma enigmático.

domingo, 9 de agosto de 2015

NA GALERIA DO ATEMPORAL

NELSON RODRIGUES

Houve certa vez um anjo, pornográficos segundo me contaram que contava em suas historias tudo o que aprendia com o cotidiano das pessoas comuns. Que contando a vida como ela é impressionou a todos pelo retrato fiel que dela pintava. Pois mesmo hoje: não há como ler um livro de NELSON RODRIGUES e não se sentir um personagem; um habitantes de seu asfalto selvagem. De um humor sarcástico; de uma irreverência inimitável; Nelson construía uma narrativa comparada por muitos críticos a Dostoievski; devido ao entrelaçado jogo emocional em que se encontram seus personagens.
Um pouco de luxuria; um pouco de paixões proibidas; formam o ambiente por onde a emoção deles se perde em espécie de labirinto de desejos e conflitos éticos. Aonde todas as nossas contradições vistas por ótica se julgamentos e sim interpretação do ser humano e seus desafios diante de sua sociedade.
Nelson: alem de romancista e dramaturgo; era também escritor teatral e cronista esportivo, apaixonado pelo fluminense,  é dele a celebre frase “A PATRIA DE CHUTEIRAS”; e a opinião de que o pênalti é tão importante que quem devia cobrar era o presidente do cuble.
Nascido em Recife Pernambuco; em 1912; mudou-se para o rio em 1916; com apenas quatro anos de idade. Quando adulto trabalhou no jornal A MANHÃ. Pertencente a seu pai. Foi repórter policial; e ganhou destaque no teatro com sua primeira peça: A MULHER SEM PECADO. Sucesso de publico e critica.

Eu conheci a obra de Nelson Rodrigues através do cinema e da TV; e seu trabalho é algo do qual ou você se apaixona, ou não quer nem chegar perto... Segundo me falou um amigo... Eu sou apaixonado pela obra do Nelson Rodrigues; tanto: que o homenageio aqui este grande gênio literário e seus personagens e a ironia de suas historias.

O ESPIRITO DO ARTISTA


O espírito do artista é feito de realidade e sonho.
E ele nunca sabe quando em qual se encontra.
Já faz tempo: que possuído por esse dom; ele interpreta a vida.
De nossas vidas, ele terce suas historias.
E suas historias é feita de varias e varias vidas.
Sorrimos do artista que se atrapalha;
Temos pena quando ele chora;
Nos indignamos com sua maldade.
Paramos diante de seu canto...
Encontramos em seu rosto: personagens parecidos conosco;
E surpresos! Aplaudimos o artista!


José Correia Paz

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

CINEMA ATEMPORAL

LUZ DEL FUEGO

Um misto de ingenuidade com um pouco de ousadia, assim é o retrato de LUZ DEL FUEGO; na visão do cineasta “David Neves”. Com um elenco que conta com: “Lucélia Santos em seu papel principal; “Walmor Chagas” no papel de um influente político da época. O filme retrata não só dessa que foi uma das figuras mais ousadas da historia das vedetes brasileiras. Mas, também todo o contesto político que esta atravessou desde os anos 50; ate sua misteriosa morte na década seguinte.
Uma mulher sem medo de ousar. Assim podemos definir “LUZ DEL FUEGO”. Com toda a sua ingenuidade e talento. Um pouco de paganismo e um pouco de erotismo demonstram o caráter desafiador de Fuego; desafiando todo o conservadorismo de uma época; com suas idéias de criar um partido naturalista desfilando: qual um “Lady Godiva” pelas ruas do rio de janeiro.

O filme também conta com as participações de: Joel Barcellos; Ivan Câdido; José de Abreu; e Wilson Grey e Heber Rangel. Um elenco que pode se dizer veria ser durante a década de 80 estrelar não só outros grandes sucessos do cinema nacional; mas também das novelas brasileiras. Vale a pena conferir por isso LUZ DEL FUEGO. E reviver não só toda a ousadia de sua personagem; como também  de seu elenco. 

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Suje-se, Gordo! CONTOS DA MEIA NOITE

HUMOR


OUÇA O DISCO

BARÃO VERMELHO CARNE CRUA


Sabe aqueles casos em que a canção encontra seu interprete; e surpreende à todos; é o caso de "PERGUNTE AO TIO JOSÉ". Letra escrita por Raul seixas; aqui interpretada por Roberto Freja.  Foi na época apontada como um dos pontos altos do disco. (Eu: como fã do Raul e do Barão; adorei!). Lançado em 1992; "CARNE CRUA" trás também grandes canções e grandes sucessos como: "MEUS BONS AMIGOS"; que não tem como ouvir sem fazer a mesma pergunta: - por onde estarão? "DAQUI POR DIANTE"uma balada a rebeldia.  o disco também trás canções de Luiz Melodia: "NÃO ME FUJA PELAS MÃOS" e Duce Quintal: "SEM DÓ". Impossivel  escrever sobre esse disco sem falar de "OUÇA ESSA CANÇÃO"; um tremendo blues ao estilo Janis Joplin. - E também uma de minhas canções prediletas;  sempre a repito quando ouço o disco. Ouça o disco e confira.

domingo, 2 de agosto de 2015

FRASE DO MÊS




"ONDE ACABA A LEI,
COMEÇA A TIRANIA."


John Locke

(filósofo inglês)

IDEOLOGIAS DEIXEM-ME VIVER EM PAZ

Quando jovem me envolvi com política. E ate hoje pago o preço de ter me envolvido com essa arte da traição. Por isso, hoje: fujo de tudo que no meu ver possui patrulha ideológica. Grupos que não permitem que pense alem do universo que eles defendem: to fora.
Sabe: nos últimos tempos o mundo vem se tornado um bom ambiente para o radicalismo; é impressionante! É radicalismo para todos os estilos e idéias; em cada esquina, principalmente nas periferias, não falta um pequeno ditador. Querendo ditar suas regras e que todos as engula goela abaixo. Isso nada mais é que um reflexo de nossos tempos atuais.
Sem percebermos fomos divididos. E a cada dia mais vão aos poucos, nos dividindo: as torcidas organizadas; os partidos políticos; as religiões. Criou-se e alimenta-se cada vez mais a idéia de que o inferno são os outros... E atirados numa competição sega e sem fim somos... Insuflados pela alucinação do mercado e da paranoia e do estresse que a maioria dos fanáticos causa a nossas vidas.
Sinceramente: estou de saco cheio! E o que mais me entristece é ver que essa realidade já virou um vício; que se instalou em nossa atmosfera: e nos torna indiferentes e intolerantes para com o próximo.  Não sou do tipo pessimista. Mas, quando vou ou simplesmente comprar pão; e escuto alguém ao meu lado fazendo algum discurso a favor de um grupo x, querendo acabar com o grupo y; sabe: fico a sensação de que a gente perdeu a capacidade de se entender. E quando penso que um dia já me envolvi com política... Comparando com os tempos de agora... E mesmo com o alto preço que pago por isso... Fico com a sensação de que pulei uma fogueira.
Cuidados amigos com o radicalismo! Principalmente os vem acompanhados de um “admirável mundo novo” é sempre por trás deles que se escondem as idéias mais autoritárias e seus respectivos donos.

Torso: para que as pessoas um dia voltem a perceber que a simplicidade, e o respeito peles diferenças e que a própria vida no seu sentido mais completo esta acima de tudo isso! E que viver a vida sem nada que nos entrave por causa de sua ideologia: é o que importa.

José Correia Paz

POESIA PARA CONTEMPLAR

O Bicho

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.



Manuel Bandeira