sábado, 27 de dezembro de 2014

CINEMA ATEMPORAL

MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRAIS CUBAS


Dizem que existe para cada obra de arte um interprete a sua espera.   

E esse interprete pode esta em sua época ou lhe aguardando no futuro distante... coisas da arte... 
mistérios a nos envolver por nossa historia.

Seja como for, "MEMÓRIAS PÓSTUMAS": encontrou na interpretação de Reginaldo Farias sua voz ideal para o personagem de "BRAIS CUBAS".
Finalmente um filme que conte as historias de Machado de Assis como ela devem ser contadas.
Ou seja: como elas form escritas pelo autor.
Passadas no momento e na época que ela foi escrita... e não com  invenções de traze-las para o tempo atual somente para dizer o quanto é atua. Não. O fato de pudermos olhar para a historia de Machado de Assis passada em sua época; e comparar com a nossa... isso é que torna sua obra atemporal.
Esse é mais um grande mérito de "MEMÓRIAS PÓSTUMAS"; alem da grande interpretação de Reginaldo Farias e também de Sonia Braga no elenco.

O filme consegue capitar todo senso de humor; toda ironia descrita por Machado de Assis.
Narra: a historia de Brais Cubas; que depois de morto;
volta depois de cem anos para contar suas memórias.
E as começa do fim pro começo.
Fazendo com que o leitor, ou espectador, trace também, de uma maneira inconsciente,   as teias de sua propiá historia.

Confesso:  que quando li o livro pela primeira vez...
senti uma certa depressão... é preciso estar bem preparado para ler este livro.
Já ao assistir ao filme: o contrario;
A medida que ele se desenvolve...
vai despertando em nós uma maior atenção para vida;
e como não devemos perder tempo nessa aventura.

Assista "MEMÓRIAS PÓSTUMAS"
É a dica de cinema doATEMPORALETC.COM  de hoje
bom filme! 

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

OUÇA O DISCO

BROTHERS IN ARMS

DIRE STRAITS
suavidade. É a marca principal desse disco.
Com canções que vão desde o blues mais intimista à psicodélicos country
sem falar é claro, de uma leve pitada de jazz;
"BROTHERS IN ARMS" é um marco na historia do rock and roll.

Lançado em 1987;
o disco conta com a participação do cantor "Sting " na musica:
"money for Nothing"; 
alem disso o disco abre com uma das canções mais estradeiras
e que mais meche com a minha memoria: "SO FOR NO WAY ".
Sem querer, andando por uma loja de variedades, esbarrei com esse disco; a venda por um preço camarada.
E sempre que o esculto: reencontro um poco de minha historia.
Dos meus planos pro futuro; na época em que  esse disco foi lançado: eu tinha 15 anos; e não passava de um lobo solitário;
com sua rebeldia e questionamentos.
Vendo os desafios pelos quais atravessava o mundo,
e as transformações sociais e politicas que já se formava no horizonte.

E graças ao som da musica de bandas como: "DIRE  STRAITS" todo o peso que cai sobre nossos ombros
era amenizado em pleno espaço...
Pois, a contemplar cada canção...
nossas almas atingia as estrelas.
Faça uma prova! ouça o disco!
ouça "BROTHERS IN ARMS"
E boa viagem ... 


Contos da Meia Noite - A Aranha

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

POESIA PARA CONTEMPLAR

A RUA
Uma rua como tantas
aquela rua dos sonhos!
Impessoal, nivelada.
Casas de portas e janelas.
Tão nostálgicas de plantas
quanto batida de sol.
Ficou no quadro da infância
só porque nela o menino
jogou pião na calçada,
teve o seu tempo de gude,

lançou barcos na exurrada

e, em partidas memoráveis,
chegou a ter veleidades
de campeão de futebol.

Rolando Roque da Silva


( Poema tirado do livro " POESIA PREFERENCIAL " )

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

NA GALERIA DO ATEMPORAL

REGINALDO ROSSI



- Com pode uma voz, entrar para nossa historia,
e marcar nossas vidas de maneira tão intensa;
que mesmo que ela tenha partido...
é como se nunca tivesse.
É o que fico a pensar todas as vezes que ouço
uma canção do Reginaldo Rossi.
Eu estava trabalhando como ajudante de serviços gerais quando ouvi de uma das patroas a noticia de sua morte. Eu, que sempre fui roqueiro de carteirinha, sempre tive admiração pela fase jovem gurda de Reginaldo;  fase essa: que deveria ser mais visitada não só por parte do publico como também da mídia.

É sempre bom ouvir canções como:  " O GÊNIO CABELUDO "; " O ROCK VAI VOLTAR "; e " ERA DOMINGO ";
Esta ultima: marcou minha infância, pois foi a primeira canção
que me recordo; que ouvi do Reginaldo.
Ainda garoto cheguei a assistir um show dele na praia de Boa viagem no dia de Domingo; era um misto de Elvis Plesley 
com Seerge Gainsbourg.  

Ele partiu como partem os grandes ídolos:
surpreendendo todos os seus fans;
deixando uma lacuna na nossa musica; cada vez mais carente de autenticidade.  
Ficando, apenas: o mito e suas canções.


HOMEM PRIMATA, HOMEM QUE INVENTA



Fico imaginando o que teria pensado; o homem ao descobrir como fazer e manusear o fogo.
Talvez ele tenha pensado:
 - Agora posso fazer meu próprio sol...  
e minha própria estrela.
Nossas descobertas; nossas invenções;
aonde estaria-nos se não fossem elas?

É justamente graças a descoberta do fogo
que o homem passou a ser predador .
Usando o fogo como arma em caçadas
para acuar e pegar suas presas.
Antes do fogo, o homem permitivo já havia aprendido a manipular a pedra como ferramenta;
mas, foi justamente com o fogo que ele alcançou
sua melhor vantagem em relação ao mundo predatório em que ele se encontrava.

Segundo os cientistas que estudam a historia
de nossa evolução: é difícil determinar ao certo que eventos do acaso contribuíram  para
a descoberta de cada invenção nesse período.
Sabe-se apenas que o acumulo de conhecimento;
que o ajudou a aperfeiçoar os instrumentos que ele,
por instinto de sobrevivência foi inventando.
Na idade da pedra polida, o homem: deixou
de ser coletor para se tornar produtor.
Ou seja: ele desceu das copas das arvores;
deixou de colher alimentos para sua sobrevivência;
e passou a plantar.
Nesse período, surgiram invenções como: a cerâmica, os barcos, e, a roda.

O homem descobriu a agricultura e deixou de ser nômade. Passou a construir cabanas em lugares próximos de rios. Criou a divisão do trabalho:
o homem cuidava da caça; a mulher da colhera;
passou a desenvolver ferramentas para ambas ocasiões.
Que imaginava o homem primitivo?
sera que ele já sonhava chegar a lua?
Pesquisando pela internet vi o quanto é difícil
para os especialistas: determinar quais as invenções
contribuíram mais para nosso desenvolvimento;
pois de um modo geral: todas foram, e ainda são
importantes.

Da primeira roda, ao celular.
Isso sem deixar de falar da escrita;
que facilitou e nos ajudou a desenvolver nosso lado
científico e intelectual.
Graças as primeiras gravuras nas cavernas
chegamos a impressa escrita;
e podemos hoje, gravar nossa historia nos blogs.

Sempre que ando pela cidade à noite;
e vejo suas luzes;  imagino nossa evolução:
das tochas ao lampiões, ate chegar a luz elétrica.
Que outras invenções iremos descobrir em nossa jornada? talvez aquela que um poema descreveu
o Carlos Drummond de Andrade: " Uma ultima invenção ( inda não perfeita ) faz ler nos corações ".



José Correia Paz



quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

HISTORIAS QUE INVENTO, HISTORIAS QUE ME ACONTECEM

UM SONHO ANIMADO



- Ontem, eu tive um sonho.
disse Antonio à mesa do bar coqueiro falante.
E ainda completou: - Sonhei com a Sharon;
- Sharon! né o nome daquela sua vizinha gostosa?!
Pegunta Pedro, surpreso.
- Na verdade, outra Sharon; a Sharon Stone;
E Pedro ainda mais surpreso:
- Sharon stone?! mas... mas...
- É a Sharon stone, eu sonhei com ela;
- Engraçado... nunca sonhei com alguém famoso... não que eu me lembre.
Diz Pedro, puxando pela memoria;
já Antonio: - Eu também não; acho que foi a primeira vez...
- E... foi divertido? pergunta Pedro, curioso.
- Foi! foi muito divertido.
- Ela... estava vestida... ou não?
Antonio, achando engraçado a pergunta do colega;
responde: - Ela estava vestida.
- Ah que pena! brinca Pedro.
- É,pena mesmo. Complementa Antonio.

Depois de alguns segundos de silêncio...
segue ele a historia de seu sonho:
- E depois, nós não eramos reais...
- Não eram reais?
- Não, não eramos. Eramos desenhos animados;
- Desenhos animados? mas.. mas.. como?
- Também não precisa se espantar assim Pedro;
foi um sonho sonhos são assim mesmo sem explicação;
- Mas, eu não estou espantado... se defende Pedro... só tó achando curioso;  você não acha estranho... quer dizer... não fica decepcionado?
quando se tem oportunidade de sonhar com alguém famoso, e no caso a Sharon stone:
tanto você quanto ela são desenhos animados.

- Eu não sei. Sei apenas que foi divertido!
Pedro de boca aberta: - Foi?
- Foi. E Antonio resolve contar a historia de seu sonho; toda de uma vez; antes que o espanto de seu amigo o interrompa de novo:
- Tudo aqui era real... menos nós dois;
passeávamos pela cidade; ali pela Conde da Boa vista! as pessoas olhavam para nós meio surpresas; era como se se fossemos fantasmas sabe?
- Sei! interrompe pedro. - Como no filme Os Cassa Fantasmas.
- É! por ai. Complementa Antonio.
- Só não tinha o Geleia? ou tinha? pergunta brincando Pedro.
- Não, não tinha fantasmas, não tinha Geleia...
só o povo se admirando de nós.
Pegamos um onibus, fomos à praia;
o vento soprava agitando seu vestido vermelho
e seus cabelos dourados... ela me sorria...
sem dizer uma palavra, eu é que tinha que adivinhar seus desejos.
E como nos sonhos tudo é muito rápido...
de repente era noite; então fomos à uma boate.
E enquanto dançamos, as pessoas em circulo
nos assistiam admirados;
- Não sei como não correram... brinca pedro.
- Apesar de nossa aparência: eles sabiam que nós dois eramos do bem.
- Mas, você sabe que isso só acontece em sonho, sabe? Comenta pedro. - Pois na vida real meu amigo as pessoas detestam os diferentes;
ainda mais: os de aparência  fantasmagóricas.
- Eu sei. mesmo assim: foi divertido;
ao fim da festa na boate... fomos à um motel;
- Olha! tó falando... um sonho erótico... tá começando a esquenta! e então como foi?
- Não aconteceu nada.
- Não!
- Não. Quando entramos no quarto, a Lívia  me acordou; e ... e só. Falar nisso: lá vem ela e a Amanda; vamos mudar de assunto.
Antonio olha para pedro, que o olha boquiaberto:
- Que foi? Pergunta Antonio.
- Foi uma sorte a Lívia ter te acordado, sabia?
- Por que?
- Já pensou se na hora que vocês tivesse na cama,
ela puxasse um picador de gelo? Sabe, que nem na quele filme com o Michel Douglas? o...
- Sei, sei qual é; não ia acontecer nada.
- Nada!
- Nada; eu era um desenho animado; o que eu podia sentir?
- Ah, é verdade! havia me esquecido...
- Pelo menos eu acho... lá vem as meninas bora permanecer no mundo real...

José Correia Paz

ELEGIA DE UM HOMEM QUE SE PERDEU NA CIDADE



Me perdi pela cidade.
De repente, era  eu,  só mais um na multidão.
Buscando sobreviver...
buscando se entender...
em meio ao barulho, em meio a fumaça,
que surgem, não se sabe mais de onde.
Quando nos encontramos:
estamos sempre na contra-mão.

O tempo, se perde em nossa ânsia...
seguimos indiferentes dentro dos ônibus;
a cidade passa... passa...
pombos comendo a migalha que deixamos cair,
sem notar, ou por puro prazer mórbido mesmo.
Nos conectamos...
para que ninguém note nossa solidão.

Me perdi pela cidade...
eu que me julgava conhecedor de todos caminhos.
Agora, me vejo surpreendido por sua dimensão;
e o que ela é capaz de fazer de nós;
nós, seres tão pequenos...
mergulhados na rotina, que nos escraviza.

Nos assusta suas sombras;
seus muros cada vez mais altos;
seus vira-latas a morder nosso calcanhar;
e os seus fantasmas inconsoláveis
a cobrar de nós, nosso vilipendio.
- Seu pesadelo é minha vingança -.

Me perdi pela cidade...
apesar de tudo...
todos os conflitos;
todas as decepções;
e a vontade de desistir...
encontrei alguns tesouros;
- alguns, ate tinham nomes de flor -.
momentos de alento em meio ao caos.
Nunca esquecerei seu olhar; 
seu jeito de andar;
seu riso; sua nudez...

Senhores, senhoras, 
me perdi pela cidade...
era um dia de verão...
Recife se renovava;
novamente era como canta
aquela antiga canção..
um asfalto de um sonho onde todos se encontram.

José Correia Paz

sábado, 6 de dezembro de 2014

DOS TEMPOS DOS QUINTAIS


Sempre que passo em frente de algum casarão, nas ruas do recife; me vem a lembrança:
os jardins da casa de minha Vó;
Dona Severina. ( Dona Bill ).
Eu morava numa casa, nos fundos do quintal de  sua casa.
Era um bom quintal. Não muito grande;
mas, havia becos, por onde eu, meu irmão mais novo, primos e alguns colegas da vizinhança corríamos; jogávamos bola; admirávamos o céu
nos momentos de quietude.
Hoje: moro em um primeiro andar, alugado à meu tio. Gosto de morar em lugares altos.
Assim posso ter uma visão panorâmica do mundo;
e principalmente de minha comunidade.

Mas, percebo, contudo, que nos últimos tempos:
graças ao aumento  populacional, crescemos verticalmente; e  que embora tenha algumas pessoas  cultivem plantas em suas casas... 
  poucas, ou muito raras... possuem  jardins
como nos tempos de minha vó.

E fico imaginando: se esse tal paradigma  não é um dos motivos de nossos problemas ecológicos;
e se também de nossos problemas sociais;
como por exemplo: nossa tolerância com o próximo. O motivo de toda à nossa ansiedade
de toda nossa depressão.
No lugar de jardins, nas garagens motores possantes.

Como diz aquela canção: " não sou contra o progresso ", mas que alguma coisa em comum
essas coisas tem... isso eu não descarto.
À medida que vamos sendo tirados de perto da natureza: vamos nos esquecendo que nosso espirito foi e sempre sera selvagem;
e que por não sabermos reconhecer isso
nos tornamos indiferentes e arrogantes;
frios no trato, pouco sinceros na convivência.

E em tempos tão herméticos;

em um mundo tão fragmentado pela competição do dia a dia;
fica nosso espirito selvagem sufocado.
Não que não já tivemos tempos difíceis; esse mundo já passou por duas guerras mundiais.
Eu mesmo, sou de uma geração:  que presenciou a tão falada
guerra fria. E dava para se sentir na atmosfera... o sufoco...
que à ameça de uma guerra atômica. 
No entanto, lembro-me, que a convivência entre nós:
amenizava nosso tempo difícil. 

Hoje, alem da falta de espaço... deixamos que disputas ideológicas e todo o tipo de fanatismo
nos isolasse  sem notarmos;  num redemoinho de ilusões.
E o mais desolador: é perceber que esse é um caminho sem volta a cada dia que passa. 
Nosso instinto selvagem; outrora: tão desbravador e tão voltado para o coletivo; aos poucos foi se tornando indiferente...
indiferente... indiferente...

Olhando essas casas que ainda possui jardim:
vem a saudade não só de minha infância e de minha vó;
mas também de um sentimento mas esperançoso que existia dentro de mim.
Quem sabe: se voltarmos a cultivar mais jardins...
voltamos novamente a nos aproximar da natureza?
E a paz interior que ela nos transmite em sua grandeza.
E com serenidade, mesmo competido, sobreviver a toda essa poluição  que tanto nos envenena  o espirito.
Quem sabe? fica aqui a campanha.

José Correia Paz