sexta-feira, 29 de abril de 2016

OS GATOS E A NOSSA SOLIDÃO

Certa vez em uma noite chuvosa; fui visitar um irmão; que mora numa rua transversal a minha. No caminho, passava eu por um beco que dava acesso a rua quando vi a um canto um gato. Espremendo-se no canto de uma parede para escapar da chuva. Alem de ter ficado comovido com a situação do pobre gato; também me veio uma lembrança do fundo de minhas memórias para quem sabe me fazer voltar no tempo. Lembrei-me de Ananias. Um gato vira-latas que morou conosco entre 1985 e 1991; era um gato de pelo liso, preto e branco. Seu nome: Ananias. Foi lhe dado por causa de um programa de humor apresentado por Agildo Ribeiro. O nome do programa infelizmente não me recordo; mas, havia um quadro nele chamado O CLUBE DO ANANIAS feito co marionetes; uma alusão talvez ao cassino do chacrinha. Gostávamos muito do quadro; tanto que brecávamos imitando a voz dos personagens entre nós.
E como havia muitos gatos na vizinhança. Gatos vira-latas que não deixavam ninguém dormir, por causa de seus miados e suas correrias sobre os telhados. Era uma coisa assim: divertida e ao mesmo tempo penoso. Sim! Era penoso conseguir dormir em meio aos miados dos gatos apaixonados. Sempre quando estavam no cio... Era uma verdadeira balada.
Em meio a esse monte de gatos nos surgiu Ananias. Meu irmão mais novo e meu primo lhe deram o nome de tanto brincar com ele. Ananias era um gato esperto. Acho que foi a primeira vez que passei acreditar que a natureza também possui alguma inteligência. Ananias atendia pelo nome quando o chamávamos; como se fosse um cachorro. Era ciumento e gostava de nos fazer companhia enquanto assistíamos TV; e sempre fazia muita festa quando passava muito tempo sumido, encantado atrás de alguma gata. Quando estávamos todos se perguntando: por onde andara Ananias? O safado surgia com seu miado, faminto! E parecia nos dizer como bom malandro que era: “A mim aqui meu povo! Tem comida ai?
Todo mundo ria e brincava com ele: desde minha vó à minha prima Val que gostava muito de animais e criou muitos gatos. Criar bichos de estimação é sempre bom. Nos a Judá a desenvolver algum senso de responsabilidade. De alguma maneira todos se sentiam responsáveis por Ananias. Ate meu irmão mais velho, que para nos assustar, vivia dizendo que ia por Ananias fora... Bem longe... Para que ele não voltasse mais. Mas, ele sempre conseguia alguma carne com um açougueiro perto de seu trabalho para Ananias.  
Infelizmente Ananias nos deixou numa manhã qualquer no inicio de 1991; fora envenenado. Uma louca! Dizem que muito “religiosa”, odiava todo o tipo de bicho. Especialmente gatos. E botava veneno para matar os bichos. Na noite anterior à sua morte: Ananias fez companhia a meu irmão mais novo e eu enquanto assistíamos TV. E resolveu sair para gandaia um pouco mais cedo do que de costume. Ficou em pé no sofá olhando para janela; como que pedindo que a abríssemos; “Já vai?” lhe perguntei. Seu salto em direção janela foi sua resposta. Pela manhã: acordamos com os gritos de minha prima Val; avisando-nos: “Ananias ta morrendo!”. E todos foram ver o que se tratava e encontraram Ananias na porta da cozinha de minha mãe; se debatendo para escapar da morte. Tentamos de tudo. Lhe demos leite para cortar o veneno. Mas, já era tarde. E foi não sei em que mês; não me recordo mais a data. Exceto de que foi num domingo nublado. E todos olhavam o gato Ananias morto. E tudo que podíamos fazer era lamentar. Eu ate hoje sinto muita raiva da hipócrita que segundo me disseram: “ser muito religiosa!”. Nunca consegui entender o que leva uma pessoa cometer tal privacidade com um animal indefeso; enquanto faz pose de gente dessente para o resto da rua. Alguma pessoas me disseram: “Ah! Vai ver ela é muito Só, coitada!”. Oi! Então por que não foi criar um bicho de estimação? Um gato, por exemplo?


José Correia Paz

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Raul Seixas - Colégio Objetivo 1983 - Show Completo

RECICLAGEM

“Reciclagem é o ato darmos outro destino aos resíduos. Através de separação e aproveitamento podemos reutilizar diversos produtos antes de descartá-los, criando novas formas de utilização, como trabalhos artísticos com sucatas através de sua separação de acordo com a classificação.”
O texto acima chegou ate minhas mãos por uma professora; durante um corso de informática. Ate então, nunca havia eu participado de um processo de reciclagem, para ter uma idéia mais próxima. Sempre via os catadores de latinha pelas ruas, bares e festas; e pensava comigo no duro que eles enfrentam para conseguir o seu sustento e na recompensa de seu esforço. Será que valia a pena? Me perguntava. Ate que um dia obtive a resposta: não é nada fácil a vida de quem tira o seu sustento como catador de latinhas. Como cheguei a essa conclusão? Vou lhes contar:
Com não consigo me empregar, por motivos pessoais, tento me virar trabalhando como extra. Numa casa de eventos aqui no Recife. E sempre quando há um evento muito grande; e sobra muita latinha de refrigerante e cerveja, nos juntamos para catar e separar as latinhas e assim ganhar algum dinheiro extra. Como lhes descrever esse trabalho? Imagine você um garimpo.  É, podemos assim chamar: um garimpo onde pepitas de ouro tomam forma de latinhas. Revirar o lixo, juntar sacos e sacos de latas é um trabalho, confesso, tem o seu desgaste. Pois enfrentar o calor do sol! Os riscos de se machucar revirando o lixo, e, se tratando de uma casa de eventos: revirar o lixo e depois deixar tudo em ordem. Esses pelo menos para mim são os principais desafios de quem garimpa para ganhar algum dinheiro.
Por outro lado: tem o seu lado divertido. Por exemplo: semana passada enquanto catava latas ouvi a seguinte frase como essa do meu amigo Lacerdinha:  “Se bobear seu Correia, já tem mais lata do que gente no mundo!”. E de fato ele não esta tão longe assim da verdade. Ate no que se diz a respeito do consumo, recentemente, divulgou-se uma pesquisa que, segundo ela, as pessoas estão consumindo mais cerveja do que água. E é só você parar para olhar peles praia e bares, latinhas de refrigerantes e cerveja, ou garrafas de cerveja e refrigerantes, ocupam mais lugares nas mesas do que as de água.

Mas, isso é outro assunto. O fato mesmo: é que a reciclagem é um meio de vida que no Brasil ainda não explorado de maneira mais seria e responsável. Falta interesse dos nossos políticos. Das empresas que fabricam produtos cuja embalagem vira mais tarde: material reciclável. Falta talvez alguém disposto a tomar uma iniciativa que posa tornar a reciclagem numa espécie empreendimento, onde sim, as pessoas que lidam ou buscam tirar algum sustento com a reciclagem possam sim quem sabe: lucrar um pouco mais com isso. O dia que isso acontecer! Tenho certeza! Que não só vai fazer bem a nossa economia, como também a nosso meio ambiente. Pois pense bem: com o pouco se cata do lixo de material reciclável; já traz certo alivio ao meio ambiente. Imagine que bem faria se esse tipo de atividade tivesse mais apoio  das industrias e autoridades.

OS INDOMESTICÁVEIS

Lá em casa tinha um gato que só falava miau!
Enquanto isso o cachorro da vizinha: só falava au! Au!
Foi então que eu disse: ei! Vocês parem com isso!
Pois assim... Ninguém agüenta mais não.

Eles foram a uma livraria... Compraram um dicionário...
Só que não adiantou nada não.

Resolvi comprar um papagaio;
Pra vê se eles tomavam jeito...
Mas, o papagaio, só falava palavrão!

_ puta que pariu! Santos tempos politicamente corretos Batman!


Horacio polemico

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Cin City Burlesque - All About That Bass - Post Modern Jukebox


HUMOR


O COMERCIANTE ATLETA

 

Disse ele: - Nesta olimpíada, vou ganhar muito dinheiro!

- Fazendo o que? – perguntou o outro curioso.

- Vou vender lenço.

- Lenço?

- É. Vou ficar rico!

- mas, por que lenço?

- Acompanha meu raciocínio: se o atleta perde; ele chora! Se ele ganha ele chora também! Então pensei: por que não ganhar dos dois lados!

-Ah! Disse o outro boquiaberto, com o tino comercial do amigo. Que ainda lhe perguntava:

- É um bom negocio ou não é?...

 

A ULTIMA CONSULTA

 

- Então Doutor? Perguntou o paciente, com alma cheia de suspense:

 - Quanto tempo me resta?

- Cinco! Disse o medico incisivo.

- Cinco? Cinco anos doutor?

Então o medico, olhando pro relógio, começou a contar:

- Quatro, três, Dois...

sexta-feira, 15 de abril de 2016

LILITH


LILITH foi uma deusa  adorada na mesopotâmia, associada com ventos e tempestades,que se imaginaram ser portadores de enfermidades e morte. Na crença tradicional judaica e elástica ela aparece como um demônio noturno. Na bíblia ela aparece como a mulher de adão; sendo que em uma passagem do livro é citada como a serpente que levou Eva a comer do fruto proibido.
Historia a parte, este quadro de John Collier , pintado em 1892; não deixa de seduzir à cada espectador amante da arte. Ele consegue assim como nas varias historias que existem a respeito da personagem; retratar uma LILITH provocante; sensual; cheia de encantos selvagens. Uma personagem que gostando ou não, vilã ou heroína, sempre traz certo fascino em suas lendas.  E Collier soube com maestria transmitir neste quadro a historia da personagem.


quinta-feira, 14 de abril de 2016

VALENTINA

Criada por Valentina nasceu em 25 de dezembro de 1942; em Milão.as características da personagem foram inspiradas na atriz Louise Brooks. Valentina Rosselli  é uma fotografa e jornalista, sua primeira aparição nos quadrinhos foi como coadjuvante na historia de super heróis intitulada NEUTRON publicada na revista italiana LINUS.
VALENTINA: é a única personagem dos quadrinhos a envelhecer durante as historias. Com seus olhos azuis, e com 1 metro e 72 de altura; ela passa por aventuras que vão desde historias de ficção a eróticas. Onde a personagem se vê em volta em meio a alucinações e sonhos eróticos; explorando bissexualidade e sadomasoquismo.

Valentina deixou o mundo dos quadrinhos em 1995; em sua ultima historia, a personagem morre aos 53 anos de idade. 

domingo, 10 de abril de 2016

UM POUCO DE HISTORIA

OS OURIVES E O SURGIMENTO DO CHEQUE

No século XVIII, na Inglaterra, eram os ourives que negociavam barras de ouro ou prata, bem como moedas de todos os países da Europa. Não havia casas de câmbio, por isso, os mercadores adquiriram o costume de guardar o lucro de suas transações com os ourives. Os cambistas, então entregavam recibos aos negociantes.  Não tardou para que os recibos de deposito começassem a circular livremente, como meio de pagamento. Era o inicio do cheque bancário, coberto por um deposito à vista. Os bancos ingleses, principalmente o banco da Inglaterra (fundado em 1694), logo adotaram a idéia e disciplinaram o uso do cheque entre 1759 e 1772. Começava  a nascer o moderno sistema bancário.



(Revista super interessante nº 6 junho/1989)

sexta-feira, 8 de abril de 2016

CINEMA ATEMPORAL

THE DOORS


O meu primeiro contato com a musica do the Doors surgiu primeiro, quando Paulo Ricardo interpreta um trecho de Light my fire num disco ao vivo do RPM. Isso ainda na metade dos anos 80; mais a frente, no inicio dos anos 90; precisamente 1991; é lançado no cinema THE DOORS (O MITO DE UMA GERAÇÃO). Dirigido por Oliver Stone, o filme tem Val Kilmer no papel de Jim Morrison vocalista e líder do the Doors. Diga-se de passagem, em minha opinião um dos melhores papeis de Kilmer; que merecia ao menos uma indicação ao Oscar de melhor ator pela maneira que se entregou ao personagem. Val Kilmer tornou-se o próprio Jim Morrison. Tanto que reza a lenda: teve de fazer terapia para se livrar do personagem.
O filme ainda traz no elenco Meg Ryan; no papel de pamela Courson esposa de Jim Morrison. O filme narra a historia de uma das mais fascinantes figuras da historia do rock. Jim: alem de cantor era poeta, e foi justamente a união da poesia de Jim com o estilo do rock do the Doors que colocou a banda ate hoje no hall da historia das grandes bandas; como Beatles e Rolling Stones por exemplo. Aliás: pode se dizer que o the Doors é misto: da visceral idade  dos Stones, e a um pouco, não muito, mais um pouco dos Beatles. Afinal eram os anos 60; década de muitas transformações políticas e sociais, que estão bem representadas no filme.
O filme também conta com participações de Billy Idol; que segundo a lenda teria um papel maior no filme; talvez ate o do líder da banda mas um acidente de moto o tirou do papel.  THE DOORS levou 20 anos para ser produzido; vários atores fizeram testes para representar o rei lagarto; entre eles: John Travolta e Tom Cruse; sem falar no vocalista da banda THE CULT Ian Astbury.  Mas: após assistir a um vídeo que o Val Kilmer gravou para mostrar sua interpretação; Oliver Stone decidiu então quem seria Jim Morrison.
Apesar de não ter sido bem recebido pelo tecladista de banda Ray Mnzarek que sempre dizia que o filme não retratou assim tão bem a história de sua banda; o filme teve a colaboração do guitarrista da banda Robbie Krieger que aceitou ser consultor do filme por admirar outro trabalhos do diretor. E o baterista John Densmore trabalhou no filme fazendo uma pequena ponta como m engenheiro de som numa cena de solo de guitarrade Jim Morrison.
Não só por contar a historia de uma das bandas que mais admiro e gosto THE DOORS é uma obra prima; pois consegue retratar uma das épocas que ate hoje é objeto de fascínio e estudo por muita gente devido a ousadia de seus personagens: os anos 60.

Assista THE DOORS e bom filme! 

terça-feira, 5 de abril de 2016

NA GALERIA DO ATEMPORAL

NANÁ VASCONCELOS
Juvenal de Holanda Vasconcelos nasceu no bairro de Sitio novo; no dia 2 de agosto de 1944; inspirado por vila lobos e Jimi Hendrix, como ele mesmo dizia. Aprendeu a tocar praticamente todos os instrumentos de percussão, embora tenha se especializado no berimbau. Em 60 anos de carreira gravou cerca 200 discos entre autorais e participações especiais.
Na década de 1960, mudou-se para o rio de janeiro; e começou a trabalhar com “Milton nascimento”. Em 1970, o saxofonista argentino “gato Barbieri” o convidou para juntar-se ao seu grupo, e no final de uma turnê pela Europa, fixou residência em paris por cinco anos; onde gravou seu primeiro álbum “AFRICADEUS” (1971). No Brasil, Naná gravou o seu segundo disco “AMAZONAS” (1972) e começou uma parceria com o pianista e compositor Egberto Gismonti.
Em nova York, Naná Vasconcelos gravou com nomes como: “B, B King” e trabalhou em trilhas de filmes de Hollywood como: “PROCURA-SE SUSAN DESESPERADAMENTE”(1985). Depois voltou a trabalhar mais diretamente com o cenário musical brasileiro; dirigindo musicais e projetos no seu pais natal. Gravou participações especiais em álbuns de: “Milton nascimento”, “Caetano Veloso”, “Marisa Monte” e  “Mundo Livre s/a entre outros.
O cd “SINFONIA E BATUQUES” (2010); é uns de seus últimos trabalhos autorais. Pois ainda em 2013 lançou mais um cd; inspirado no projeto “ABC DAS ARTES FLOR DO MANGUE”. Trabalho esse: que ele realizou com crianças carentes, tendo como inspiração as raízes pernambucanas.

Não é a toa que um musico como Naná  Vasconcelos tenha sido indicado 8 vezes como o melhor percussionista do mundo; e concorrido 5 vezes no grammy;   mostrando ao mundo a importância de seu talento. 

NA ESTANTE DO ATEMPORAL

VALE DAS VERTENTES
Lançado em 1983; VALE DAS VERTENTES escrito por Giselda Laporta Nicolelis é um livro sem muitas pretensões; mesmo assim nos diverte com seus personagens cheios de mistérios e voluntarismos. A historia narra as férias de Carlos, sua família e os amigos que fazem ao chegar no vale das vertentes; um lugar paradisíaco, mas cheios de mistérios. A começar pelo casal de empregados que trabalham na dependências, que aliás: pertencem a um amigo de Carlos. É através desses empregados que Carlos fica sabendo da historia da “louca da serra”; uma senhora que vive isolada num casarão caindo aos pedaços junto com outra senhora centenária; no alto da serra.

E ai vem a parte mais interessante do livro: a historia dessas duas senhoras se misturam a historia dos quilombos; já que o avô de D. Iaiá verdadeiro nome da ‘louca”, foi dono de escravos. E diante de tanto mistério fascinante... Carlos e sua turma resolvem investigar tudo a fundo... o que o leva a descoberta de novas amizades e melhor compreensão do diferente. Aliás: esse é talvez um dos pontos mais debatidos no livro, feito para um publico infanto-juvenil. É nossa dica de leitura de hoje.     

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Contos da Meia Noite - Dois corpos que caem

POESIA PARA CONTEMPLAR

VERSOS ÍNTIMOS

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!


Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.


Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.


Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!


Augusto dos Anjos

( DO LIVRO "EU E OUTRAS POESIAS)