sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

2018 O ANO SEM PÉ NEM CABEÇA E SEM ESPERANÇA


Termina 2018, e o século XXI completa aqui sua maior idade. Foi um ano difícil e decepcionante. A impressão que este ano me deixa é de que parece que regressamos ou estamos perto de regressar cinqüenta anos no tempo. Isto em pleno presente.
É como se as possibilidades de sonhar com um mundo melhor tivessem se esgotado. Ao menos é a definição que encontro para entender o que vem se passando com o mundo nesses últimos tempos. Nunca estive tão decepcionado com as pessoas, nunca pensei que éramos capazes de regressar tanto em tão pouco tempo, e tudo por causa de idealismos inúteis e ultrapassados.
Em quarenta e seis anos de história vi o mundo se transformar. Vi cair muros, vi estabilidade econômica, liberdade de expressão. E agora assustadoramente vejo o risco de jogarmos tudo isso pela janela, ou na lata do lixo, não sei tudo por culpa de uma gente que não sabe ou se sabe prefere ignorar a história e tudo que ela tem para nos ensinar.
Chegamos em 2018, chegamos ao século XXI, e quando para pensar no tempo em que eu era um garoto e imaginava o futuro e toda a tecnologia que ele traria consigo todas as possibilidades e tudo que nos atrapalhou no passado enfim superados. Deparo-me com estes tempos: conservador, chato, careta, sectário, fanático, histriônico e provinciano. (Podia dizer também infantil, mas, deixemos as crianças fora disso.).
É! 2018 foi o ano mais sinistro deste século. Contudo, fica aqui meu feliz 2019! Que este próximo ano nos de a chance de corrigir todo esses enganos e erros e possamos voltar a pensar e construir o futuro em que nos encontramos sem que o passado não nos atrapalhe com seus conflitos ideológicos nos fazendo querer regressar cinqüenta anos no tempo.

Feliz 2019!


segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

O ESTRANHO


O que nos torna estranho ao olhar do outro?
Nossa solidão? Nosso jeito de andar? Nossa condição social?
As tardes, vago pelas ruas e calçadões;
Não tenho emprego; sou epilético;
Meus vizinhos, com algumas exceções, claro,
Viram a cara a me ver passar...
E o estranho é que eles se dizem tão politicamente corretos... Tão cristãos...
Um verdadeiro poço de moralismo.
Certo, a maioria deles não sabe de meu problema. Uns acham que sou doido; por causa de minha solidão.  Outros, vagabundo; apesar de eu estar sempre estudando, sempre procurando trabalho, e ate fazer uns bicos quando me chamam.
Mas, no entanto a disparidade entre o discurso e a pratica dessa gente “tão cristã” é que me intriga.
Sempre que ouço alguém me dizer:
- “Jesus aceita você como você é”;
Acho que ela quer dizer:
- “Ele aceita... mas eu não”.
E assim vago, cismado, e cada vez mais
Descrente de tudo. Um estranho conhecido
E vilipendiado fantasma num mundo sem parâmetros, que nunca devia ter saído do porão.
Amenos: essa é a impressão que sinto em relação
Ao mundo; quando tento me entender com ele.
É revoltante o tratamento que é dado pelas autoridades brasileiras a pessoas com epilepsia!
Não há nenhum projeto digno que nos auxilie
Nos de condições para enfrentar nosso problema.
O epilético vive quase como um marginal.
Não há, por exemplo: alguma instituição ou mecanismo que o auxilie para conseguir trabalho.
Nas agencias de emprego há como você se candidatar
A uma vaga de emprego através de cotas para pessoas com alguma deficiência.
Mas, só se candidatar. Pois quando chega à empresa
Para onde a agencia lhe enviou...
É aquela conversa... Pegam seu currículo e dizem:
“aguarde, quando aparecer uma vaga, vamos ligara pro senhor.”.
Não sabem eles: que posso ver em seus rostos a expressão de repudio! Pelo fato de eu ser epilético.
O cansativo, é que o tempo esta passando...
E a cada dia que passa... Sinto-me descrente de tudo.
O Brasil é mesmo uma decepção.
Só discursos bonitos e pilantragem.
É revoltante o estado que se encontra, aliás: como é tratada no Brasil a saúde.
Hospitais, postos de saúde, enfim: tudo!
Tratado com descaso crônico e cínico.
Revolta ver nos postos de saúde, as pessoas virando a madrugada;
Para no final só ter vaga para 12 pessoas.
E o restante ter que tentar a sorte numa outra semana.
Uma verdadeira loteria.
Uma falta de respeito para com o cidadão e os seus direitos.
Quero aqui lançar meu protesto: contra esse modelo político;
Que se esconde atrás de um discurso politicamente coreto;
Enquanto com sua indiferença e intolerância camufladas nos excluem!
O estranho: é você ouvi os nossos governantes dizer que melhorou muito!
Certo, comparado ao século XIX; pode se dizer: ouve uma grande mudança...
No que se diz respeito apenas a medicina, houve algum avanço...
Mas isso graças ao esforço dos profissionais que se empenharam para isso;
Para amenizar a vida de quem luta por um pouco de saúde;
Mas no campo social: fica muito a desejar.
Nunca se criou ou se criou alguma coisa...
Esta muito aquém da realidade.
Precisa-se de um projeto, que possa dar a quem sofra de algum problema
Que o impeça de conseguir u lugar no mercado de trabalho uma oportunidade;
E esse projeto tem que ter transparência e vontade de transformar
A sociedade e fazer com que ela entenda e seja mais sinceramente aberta ao dialogo e a convivência com seus estranhos vizinhos.
Do contrario: todo esse discurso politicamente correto do qual nos últimos tempos tem sido praticado; não nos serve para nada.
Há não ser para se criar uma sociedade mais justa... Mas só de fachada!

José Correia Paz

NOSSO TEMPO


O que fazemos com o nosso tempo, ou o que o tempo faz de nós, tem sido nos últimos tempos o que mais inconscientemente nos preocupa.  E cada vez mais ansiosos nos atiramos numa espécie de montanha-russa invisível; onde nossas emoções nos transformam em verdadeiros Dons Quixote urbano. Ao mesmo passo que a busca de nós, tendo que responder aos anseios dos tempos de então.
Sem notarmos aceleramos tanto o passo... Que mal paramos para uma conversa; (nem num sinal fechado) como diria o Chico. E ainda estranhamos, quem tenta manter a moda antiga; estigmatizando quem parar numa esquina para uma conversa. “são uns vagabundos” é a primeira expressão que salta a boca. Sabe: são tempos de progresso... Não se pode perder tempo... Se não o tempo passa por cima de nós.
E sendo assim: não falta é gente para passar por sobre gente. Lutando contra um tempo indiferente, só nos resta sermos indiferentes também. E nisso, para nos confundir mais ainda, com se não faltasse todos os problemas sociais que temos; inventamos as ideologias.  E com elas: as patrulhas ideológicas. E enchemos o saco um do outro por causa de bandeiras de partidos, de times, de religiões, e etc.
Tudo isso por que não sabemos aproveitar o tempo. Precisamos de trabalho, precisamos prazer, precisamos de amizade, para nos ajudar a passar o tempo; e, no entanto: vejo-nos cada vez mais sós, cada vez mais antipáticos, insatisfeitos com o trabalho, ou sem nenhum trabalho para corresponder nossas necessidades.
O que fazemos do tempo, e em que o tempo nos transforma, surge justamente de nossa incompreensão; de justamente de não entendermos ou não quisemos entender: que o tempo é indomável... E o que melhor é aproveitamos o nosso tempo com toda a calma e tranqüilidade; buscando é claro suprir nossas necessidades, mas certos de que o tempo para nós passa,,, ele passa. CARPE DIEN.

José Correia Paz

O ABISMO


É assustador! Este muro social que vem sendo aos poucos levantado no Brasil.
Dividindo-nos e nos afastando; ao invés de nos ajudar a pensar no país e no próximo.
Anulando qualquer chance de reflexão através da paranóia e do medo.
Um muro grosseiro; que espalha maniqueísmos e veneno para ambos os lados. Atraindo para um abismo... Tudo o que já foi conquistado a respeito de cidadania.
De repente, instalou-se na mente de algumas pessoas, como sendo a resposta pronta para seus problemas, o discurso de que existe aqui um bem lutando contra um mau...

José Correia Paz


EXTREMOS


Não gosto de nada que contenha em si patrulha ideológica:
Política, religião, torcida organizada.
Ressentimentos e ódio; é tudo o que vejo nesses grupos.
O mundo vem se tornando insuportável!
Graças à ação desse tipo de gente
Que se auto-intitulam salvadores da humanidade.
“Defensor de alguma causa nobre”.
Cuidado com essa gente!
Eles levantam muro; envenenam os diálogos;
Perseguem, quem for diferente.
Eles transpiram paranóias de todo tipo;
Como uma espécie de demônios enrustidos.
O mais revoltante: é que todos vêem as barbáries que essa gente comete; ate protesta timidamente;
Mas, em nome de uma coisa chamada: “politicamente correto”
Somos obrigados a nos acomodar;
Enquanto somos atirados num precipício em nome da arrogância dessa gente.
É um absurdo!
A intolerância tomou conta de nossas ruas;
E com sua paranóia, segue nos dividindo, e nos deixando solitários.
Ser arrogante, principalmente nas camadas mais pobres,
(Digo isso, pois, moro em uma)
Tornou-se sinônimo de status.
Ninguém quer ouvir o próximo.
Todos querem que o próximo ouça seu barulho.
E assim chegamos ao século XXI; quem diria? Com tudo o que temos de mais moderno... Ainda primitivos!
Só que não somos capazes de reconhecer; e entender nossos instintos;
E daí vem toda nossa contradição atual: o que queremos é ser ouvidos e compreendidos; chamar a atenção; dizer a alguém que estamos aqui!
E para isso muitos apelam ate para o mais extremo! Sendo alvo fácil de todo tipo de charlatanismo e aproveitadores.
Procuro me manter longe desse tipo de ideologia que com suas bandeiras: cavam trincheiras em nossos corações; e com suas idéias de controle... criam um mundo mais caótico do que ele já o é.
Digamos não a esses radicais. Vivamos nossas vidas na plenitude e liberdade que ela precisa ser vivida; sem querer passar por cima do próximo e sim respeitando sua existência e natureza! É o bastante.

José Correia Paz


POR QUE?


Por quê? Pergunto eu diante desse cenário que está ai. Passamos 20 anos; lutando contra uma ditadura; em busca de liberdade e democracia. Principalmente liberdade de expressão; para que não venham mais sofrer censura os meios de comunicação; a imprensa principalmente. Democracia para possamos escolher a quem vai melhor nos representar e administrar da melhor forma possível nossa economia e política; (para não dizer nossas vidas). Por quê? Me pergunto. Diante desse cenário. Para o qual olho com grande decepção. De repente: diante de uma corrida moralista corremos o risco de botar tudo a perder.
Disfarçadamente percebo voltando a censura. Para onde quer que eu olhe no cenário político, tirando algumas exceções, o que vejo são figuras autoritárias; sem nem um pouco de preparo para estar em um cargo político. Que armadilha, caímos nesse inicio de século. Sonhamos com um admirável mundo novo, esse mundo novo parece querer nos jogar de volta na idade das trevas. Pois ele se parece muito com os tempos medievais, devido à histeria que ele trás consigo. De repente: estão todos vendo fantasmas, caçando bruxas, condenando alguém por sua diferença.
Sei que essa ultima parte: parece um pouco exagerado; eu sei. Mas, a me responda: por quê? Por que apesar dos meios que temos hoje de nos informar, nos comunicar, ainda corremos atrás de idéias tão retrógadas, desbotadas e sem nenhum uso que nos beneficie. Alias idéias assim nunca nos benefício em nada! Só nos separou em nome de seus interesses paranóicos e mesquinhos.
Não gosto desse cenário que está ai. Ele não trás nada de novo. Só nos entrava com seus pensamentos ultrapassados, essa mania de perseguição e vingança; e essa idéia de querer o controle de tudo... Menos de si. Do cidadão aos meios de comunicação. É desolador, é frustrante! Me tira a fé em tudo e em todos. Não gosto desses tempos que atravessamos indiferentes como se nada tivesse haver conosco. E levantamos bandeiras muitas vezes, sem entender o verdadeiro sentido que elas trazem; mergulhando num sectarismo desgastante. Não! Não gosto deste cenário que ai está!

José Correia paz

SIMPLICIDADE



Nasci e cresci em meio a uma guerra de egos. E quando dei por mim: era tarde. Já havia participado dessa guerra. Demorei muito para entender que expressões como: - “Eu sou humilde!” não passa de um disfarce do orgulho. Pode presta atenção: é sempre quem gosta de se expressar assim, que quando chega a algum ponto alto se torna um arrogante.
E hoje em dia o que me chama a atenção: é que ninguém quer ser simples, todos querem ser “humilde”. Jogadores de futebol, pseudos artistas, políticos, os lideres religiosos então... Cada um mais “humilde” que o outro. Quando no fundo é tudo um embuste. É graças a esse tipo de gente e sua subserviência; que a cada dia perco minha fé na humanidade.
Sou muito mais a simplicidade que a humildade. Muito mais honesta. Muito mais sinceras. Se você tem uma informação da qual eu precise aprender, se troca essa informação sem subserviência. Não é preciso que alguém baixe a cabeça para isso. Enquanto o humilde: sempre vem com um falso ar de obediência, quando na verdade não passa de um embuste. Basta um tropeço de alguém, e lavem os abutres.
Infelizmente, graças há esses tempos melancólicos e politicamente corretos, ninguém quem mais ser simples. Tudo vira um discurso afetado e demagogo qual um programa de domingo... Uma camuflada guerra de egos onde a hipocrisia toma conta da maioria das almas... Que cheias de comiseração passam dizendo: - “sou pobre graças a Deus!”.

José Correia Paz

sábado, 22 de dezembro de 2018

DISCOGRAFIA ATEMPORAL


1)      BELCHIOR – 1974
2)      ALUCINAÇÃO – 1976
3)      CORAÇÃO SELVAGEM – 1977
4)      TODOS OS SENTIDOS – 1978
5)      ERA UMA VEZ UM HOMEM E SEU TEMPO – 1979
6)      OBJETO DIRETO – 1980
7)      PARAÍSO – 1982
8)      CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO – 1984
9)      MELODRAMA – 1987
10)  ELOGIO DA LOUCURA – 1988
11)  DIVINA COMÉDIA HUMANA – 1991
12)  BAIHUNO 1993
13)  VÍCIO ELEGANTE – 1996
14)  AUTORRETRATO (CD DUPLO) 1999

UMA TARDE DE DOMINGO NA ILHA GRANDE DE JANETTE


terça-feira, 18 de dezembro de 2018

O FUTURO


DISCOS VOADORES

Certa vez, me perguntou uma tia:
- Tu acreditas em disco voador?
Eu pensei, e disse:
- Torso para que eles existam.
Pense nas transformações sociais que podem ocorrer diante desse fenômeno tão desejado
e perseguidos por  tantos.
Hoje, no momento, não sei se morreria de medo!
ou morreria de rir... ou talvez as duas coisas.
O curioso, é que, depois dos celulares com câmera,
diminuiu muito o numero de gente que diz ter visto disco voador.  Ou nossa tecnologia os intimidou;
ou eles se cansaram de nós, de nossa rotina cada vez mais competitiva e sem imaginação; ou então o IPI galáctico aumentou tanto... Que diminuiu a venda de naves espaciais. Como também outras lendas
que povoavam a imaginação popular.
Como “pernas cabeludas”, " E.T de Varginha " e lobisomem por exemplo.
No tempo da novela “ROQUE SANTEIRO”,
era um tal de lobisomem  a solta aqui pelo bairro do Pina que você não faz idéia.
Com o avanço tecnológico eles sumiram;
que pena! Era tão divertido.
Entre os anos 70, e inicio dos anos 80:
não faltavam canções, filmes, livros
que abordavam essas historias fantástica.
David Bowie, por exemplo, encarnou um alienígena: o “ZIGGIE STARDUST”; onde através de uma opera rock, contava a historia de vida e morte
deste ser espacial.
Já mo Brasil, tínhamos Caetano, com seu “objeto não identificado”; Silvio Brito, " querendo parar o mundo pois ele queria descer "; e claro,  Raul Seixas mando um " S.O.S, " uma das tantas canções que ele compôs sobre o tema.
E o que dizer do cinema: “ALLEN O 8º PASSAGEIRO”, lembro-me do susto que deu em muita gente quando passou na TV;
“O PREDADOR”, outro ser espacial que caiu aqui na America do Sul; se não fosse o schwarzenegger,
A gente tava frito. E como torci para que o E.T de
Spielberg encontrasse seu caminho de casa...
enquanto pelo espaço: Capitão Kirk e Spock,
desvendavam os mistérios das galáxias...
abordo da ENTERPRISE.
Mas, a historia que mais me recordo fascinado,
sobre discos voadores: foi a historia de uma senhora, no programa " JOTA SILVESTRE ";
ainda no início dos anos 80; não me recordo o canal. Mas, ela dizia ser de outro planeta;
e que veio a terra para encontrar uma conterrânea... quer dizer: alguém do seu planeta.
Uma outra mulher, que tinha uma " aranha "
tatuada na testa. Eu disse na testa.
Ela só não conseguiu explicar, porque, segundo ela, todos no seu planeta tinham três metros de altura; e ela não.
Seja no campo literário, seja na musica, no cinema,
seja na imaginação das pessoas...
todo tipo de lenda a respeito de disco voadores
é fascinante. Mesmo que o mundo tecnológico
tenha diminuído suas aparições;
reflete muito, sobre nossa solidão e nosso medo
de estarmos sós no espaço...
Interessante, é ver como as opiniões se divide a respeito: de u lado aqueles que esperam um visitante igual do filme “O DIA EM QUE A TERRA PAROU”;
por outro lado aqueles preferem pensar como aquela antiga marchinha de carnaval: “essa historia de disco voador, é São Pedro brincando de ioiô”.


José Correia Paz




OS GATOS E A NOSSA SOLIDÃO


Certa vez em uma noite chuvosa; fui visitar um irmão; que mora numa rua transversal a minha. No caminho, passava eu por um beco que dava acesso a rua quando vi a um canto um gato. Espremendo-se no canto de uma parede para escapar da chuva. Alem de ter ficado comovido com a situação do pobre gato; também me veio uma lembrança do fundo de minhas memórias para quem sabe me fazer voltar no tempo. Lembrei-me de Ananias. Um gato vira-latas que morou conosco entre 1985 e 1991; era um gato de pelo liso, preto e branco. Seu nome: Ananias. Foi lhe dado por causa de um programa de humor apresentado por Agildo Ribeiro. O nome do programa: infelizmente não me recordo; mas, havia um quadro nele chamado O CLUBE DO ANANIAS feito com marionetes; uma alusão talvez ao cassino do chacrinha. Gostávamos muito do quadro; tanto que brecávamos imitando a voz dos personagens entre nós.
E como havia muitos gatos na vizinhança. Gatos vira-latas que não deixavam ninguém dormir, por causa de seus miados e suas correrias sobre os telhados. Era uma coisa assim: divertida e ao mesmo tempo penosa. Sim! Era penoso conseguir dormir em meio aos miados dos gatos apaixonados. Sempre quando estavam no cio... Era uma verdadeira balada.
Em meio a esse monte de gatos nos surgiu Ananias. Meu irmão mais novo e meu primo lhe deram o nome de tanto brincar com ele. Ananias era um gato esperto. Acho que foi a primeira vez que passei acreditar que a natureza também possui alguma inteligência. Ananias atendia pelo nome quando o chamávamos; como se fosse um cachorro. Era ciumento e gostava de nos fazer companhia enquanto assistíamos TV; e sempre fazia muita festa quando passava muito tempo sumido, encantado atrás de alguma gata. Quando estávamos todos se perguntando: por onde andara Ananias? O safado surgia com seu miado, faminto! E parecia nos dizer como bom malandro que era: “A mim aqui meu povo! Tem comida ai?
Todo mundo ria e brincava com ele: desde minha vó à minha prima Val que gostava muito de animais e criou muitos gatos. Criar bichos de estimação é sempre bom. Nos a Judá a desenvolver algum senso de responsabilidade. De alguma maneira todos se sentiam responsáveis por Ananias. Ate meu irmão mais velho, que para nos assustar, vivia dizendo que ia por Ananias fora... Bem longe... Para que ele não voltasse mais. Mas, ele sempre conseguia alguma carne com um açougueiro perto de seu trabalho para Ananias.  
Infelizmente Ananias nos deixou numa manhã qualquer no inicio de 1991; fora envenenado. Uma louca! Dizem que muito “religiosa”, odiava todo o tipo de bicho. Especialmente gatos. E botava veneno para matar os bichos. Na noite anterior à sua morte: Ananias fez companhia a meu irmão mais novo e eu enquanto assistíamos TV. E resolveu sair para gandaia um pouco mais cedo do que de costume. Ficou em pé no sofá olhando para janela; como que pedindo que a abríssemos; “Já vai?” lhe perguntei. Seu salto em direção janela foi sua resposta. Pela manhã: acordamos com os gritos de minha prima Val; avisando-nos: “Ananias ta morrendo!”. E todos foram ver o que se tratava e encontraram Ananias na porta da cozinha de minha mãe; se debatendo para escapar da morte. Tentamos de tudo. Lhe demos leite para cortar o veneno. Mas, já era tarde. E foi não sei em que mês; não me recordo mais a data. Exceto de que foi num domingo nublado. E todos olhavam o gato Ananias morto. E tudo que podíamos fazer era lamentar. Eu ate hoje sinto muita raiva da hipócrita que segundo me disseram: “ser muito religiosa!”. Nunca consegui entender o que leva uma pessoa cometer tal privacidade com um animal indefeso; enquanto faz pose de gente dessente para o resto da rua. Algumas pessoas me disseram: “Ah! Vai ver ela é muito Só, coitada!”. Oi! Então por que não foi criar um bicho de estimação? Um gato, por exemplo?

José Correia Paz

FRASE DO MÊS


"Você, que tem ideias tão modernas
É o mesmo homem que vivia nas cavernas"


(Da musica  "cônica" engenheiros hawaii)

domingo, 16 de dezembro de 2018

Ze Ramalho - kryptonia CRIPE DO MÊS

DO TEMPO DOS QUINTAIS


Sempre que passo em frente de algum casarão, nas ruas do recife; vem-me a lembrança:
os jardins da casa de minha Vô;
Dona Severina. (Dona Bil ).                                   
Eu morava numa casa, nos fundos do quintal.
Era um bom quintal. Não muito grande;
mas, havia becos, por onde eu, meu irmão mais novo, primos e alguns colegas da vizinhança corríamos; jogávamos bola; admirávamos o céu
nos momentos de quietude.
Hoje: moro em um primeiro andar, alugado a meu tio. Gosto de morar em lugares altos.
Assim posso ter uma visão panorâmica do mundo;
e principalmente de minha comunidade.
Mas, percebo, contudo, que nos últimos tempos:
graças ao aumento populacional, crescemos verticalmente; e  que embora tenha algumas pessoas  cultivem plantas em suas casas...
  poucas, ou muito raras... possuem  jardins
como nos tempos de minha vô.
E fico imaginando: tal imaginando se esse não é um dos motivos de nossos problemas ecológicos;
e se também de nossos problemas sociais;
como por exemplo: nossa tolerância com o próximo. O motivo de toda à nossa ansiedade
de toda nossa depressão.
No lugar de jardins, nas garagens motores possantes.
Como diz aquela canção: “não sou contra o progresso”, mas que alguma coisa em comum
essas coisas tem... Isso eu não descarto.
À medida que vamos sendo tirados de perto da natureza: vamos nos esquecendo que nosso espírito foi e sempre será selvagem;
e que por não sabermos reconhecer isso
nos tornamos indiferentes e arrogantes;
frios no trato, pouco sincero na convivência.

José Correia Paz


quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

PENSAMENTO


Meu nome é liberdade, menino.
  - A senhora tem um nome muito bonito!
  - Não me chame de senhora,
 chame-me de você. Eu sou você.

(Lêdo Ivo  “O menino da noite”)

domingo, 2 de dezembro de 2018

POESIA PARA CONTEMPLAR


O QUE É A VIDA?

A vida é um desafio… vá ao seu encontro
A vida é uma dádiva… aceite-a
A vida é uma aventura… aventure-se
A vida é uma tragédia… enfrente-a
A vida é um jogo… participe nele
A vida é um mistério… desvende-o
A vida é uma canção… cante-a
A vida é uma oportunidade… aproveite-a
A vida é uma viagem… complete-a
A vida é uma promessa… cumpra-a
A vida   é uma beleza… louve-a
A vida é uma luta… bata-se por ela
A vida é um objetivo… atinja-o
A vida é um quebra-cabeça… resolvao

Fred Robinson

domingo, 25 de novembro de 2018

Dizendo Everton #4

DISCOGRAFIA ATEMPORAL

THE BEATLES

1)    Please Please Me 1963)

2)    With The Beatles (1963)

3)    A Hard Day’s Night (1964)

4)    Beatles For Sale (1964)

5)    Help (1965)

6)    Rubber Soul (1965)

7)    Revolver (1966)
8)    Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (1967)

9)    Magical Mystery Tour (1967)

10)                      The Beatles – “Álbum Branco” (1968)

11)                      Yellow Submarine (1968)

12)                      Abbey Road (1969)

13)                      Let It Be (1970)