domingo, 16 de dezembro de 2018

DO TEMPO DOS QUINTAIS


Sempre que passo em frente de algum casarão, nas ruas do recife; vem-me a lembrança:
os jardins da casa de minha Vô;
Dona Severina. (Dona Bil ).                                   
Eu morava numa casa, nos fundos do quintal.
Era um bom quintal. Não muito grande;
mas, havia becos, por onde eu, meu irmão mais novo, primos e alguns colegas da vizinhança corríamos; jogávamos bola; admirávamos o céu
nos momentos de quietude.
Hoje: moro em um primeiro andar, alugado a meu tio. Gosto de morar em lugares altos.
Assim posso ter uma visão panorâmica do mundo;
e principalmente de minha comunidade.
Mas, percebo, contudo, que nos últimos tempos:
graças ao aumento populacional, crescemos verticalmente; e  que embora tenha algumas pessoas  cultivem plantas em suas casas...
  poucas, ou muito raras... possuem  jardins
como nos tempos de minha vô.
E fico imaginando: tal imaginando se esse não é um dos motivos de nossos problemas ecológicos;
e se também de nossos problemas sociais;
como por exemplo: nossa tolerância com o próximo. O motivo de toda à nossa ansiedade
de toda nossa depressão.
No lugar de jardins, nas garagens motores possantes.
Como diz aquela canção: “não sou contra o progresso”, mas que alguma coisa em comum
essas coisas tem... Isso eu não descarto.
À medida que vamos sendo tirados de perto da natureza: vamos nos esquecendo que nosso espírito foi e sempre será selvagem;
e que por não sabermos reconhecer isso
nos tornamos indiferentes e arrogantes;
frios no trato, pouco sincero na convivência.

José Correia Paz


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