sexta-feira, 21 de agosto de 2015

21 DE AGOSTO DE 1989 O DIA EM QUE A TERA PAROU

Quando recebi a noticia da morte de Raul Seixas, me preparava para ir à escola. Uma tia veio me contar que ouvira no radio que aquele cantor que eu gosto muito havia morrido. Liguei a TV e procurei o noticiário. Fui para escola desolado. No caminho, por todo o bar que eu passasse em frente e tivesse tocando musica: só rolava Raul. "METAMORFOSE AMBULANTE" aqui, "OURO DE TOLO" ali, e assim começava a historia de um mito.
Na escola, sentei-me la no fundo da sala, puxei um caderno que usava com diário, e escrevi a respeito enquanto ouvia a sala inteira comentar. Me surpreendi com professoras que gostavam de ouvir Raul, e descobri ouvindo as pessoas cantando sua musica detalhes que ate então não havia notado. O quanto ele alcançava diferentes  públicos  com única canção por exemplo.
Lembro-me que se aproximou de mim um colega, a quem eu chamava de sabichão, pois era muito bom em matemática. Ele me perguntou: - quem morreu mesmo? - o Raul seixas. Respondi. - Ah não vai fazer falta não, daqui a um ano nem vai ser mais lembrado. Não sei se o resto da turma lembra-se desse sabichão? Eu me recordo, principalmente pela vontade de chama-lo de idiota. Naturalmente ele nem se lembra de ter dito isso, deve estar por ai, sentado em algum lugar ouvindo Raul Seixas. Goste ele ou não.
Vinte e seis anos se passaram; e a obra do Raul continua mais lembrada do que nunca; muita coisa já foi tirada de seu baú; e provavelmente muito ainda vira. É uma pena que eu tenha perdido o diário que eu escrevi na época, gostaria de ler ele hoje para sentir o contraste da emoção de então com a de meus 17 anos; lembro-me que 1989 foi um ano péssimo para mim. Na escola. E também no meu dia-a-dia.
Passado todos esse tempo: o que já tive de fitas cassetes, o que já juntei de artigos de jornais e revistas, fanzines, dois discos de vinil,  três CDs,  fora o que pesquiso na internet em buscas de imagens que ainda não vi ou quero rever, daria talvez para escrever um livro. Infelizmente não sou bom escritor, alias, nem escritor sou.  Por enquanto fica apenas essa homenagem de fã: toca Raul! 


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