quinta-feira, 18 de setembro de 2014

HISTORIAS QUE INVENTO, HISTORIAS QUE ME ACONTECEM ( O ATAQUE DO POLVO DE DUAS CABEÇAS )

O ATAQUE DO POLVO DE DUAS CABEÇAS


Gritava a voz no radio:
-" atenção! atenção! homem é agredido
em plena luz do dia pelo  polvo de duas cabeças! o nome do cidadão, não se sabe;
sabe-se apenas, que o povo,quer dizer:
o polvo, sempre se dizendo acima do bem e do mal...
pois é muito religioso; e torcedor fanático
pelo seu time: o bordoada futebol clube,
se achou no direito de fazer o que fez com o cidadão; que apenas procurava viver sua vida
tranquila e honestamente. procurados pela imprensa e por grupos defensores do amor ao próximo; movimento muito em moda hoje em dia; avalie se não tivesse...as autoridades
não souberam o que dizer. Nós da sensacionalismo emissora; ficaremos apostos:
em busca de mais informações... aguardem.".
Pedro desliga o radio indignado:- Mas, que absurdo! aonde estão os políticos?!  que fim levou o bom senso? a dignidade? a...a..
- E você ainda se pergunta? acabou-se!
interrompe dona cassandra.
-Eu mesmo não tenho mais esperanças para com nada; pra que perde tempo.
-Mas também não é assim cassandra, a gente tem que se indignar; tem que reagir...
-Perda de tempo! perda de tempo! não é a primeira vez que esse povo, quer dizer esse polvo, sai dos eixos e apronta o que apronta;
basta ele achar motivo. Outro dia seu time perdeu...e lá foi ele destruir a cidade;
se é uma manifestação pelo bem estar de todos lá vai o polvo apela pra ignorância....
( alguém bate a porta): - Ó de casa! tem alguém ai?. É dona zoião a vizinha.
-Bom dia D. zoião, como vai? responde pedro.
-Bem, obrigada, gente vocês viram a noticia no radio...mas que coisa não!
-Estávamos discutindo sobre isso agora mesmo. Afirma Cassandra.
-Ah! meus filhos! assim começa D. zoião,
levantando o queixo num ar bem moralista:
-se fosse no tempo do general balela! eu queria vê?! duvido ele apronta o que apronta...
-Esse polvo já ficou assim, grassas ao general balela; interrompe pedro;-foi graças a experiencia de seu regime que polvo ficou com duas cabeças; uma se jugando dona de um grande bom senso, enquanto a outra não tá nem ai pra ética...
-Sei, interrompe D. zoião, e emprego, ela prossegue:- o senhor já tem algum em vista?
-Fiz uma entrevista, mas, me pediram pra aguardar...e ate agora nada.
D. zoião sussurrando:-" deve ser esse seu jeito". -Como? pergunta pedro.
-Um dia há de se da jeito meu filho! bom agora deixe-me ir...tava de passagem e resolvi vir comenta o acontecido; Ah! antes que eu me esqueça....
Cassandra minha filha, você pode me arrumar um pouco de fermento?
-Fermento? Repete Cassandra.
-É! fermento. É pra bota no bolo de aniversario de zoinhia;
-Zoinhia faz aniversario?
- Vinte anos sábado minha filha; já pensou?
-Mas, como o tempo voa... há um tempo atrás era uma mocinha. venha, vou pegar pra senhora.
-Ah! sabia que podia contar com você; eu ia pedir a D. generosa, sabe, mas ela é tão fofoqueira...vote!
Saem, deixando pedro sozinho na sala; lendo jornal.


******

Alguém bate a porta. A porta que já se  encontrava aberta desde a chegada de D. zoião.
- Quais as novas?
- Gustavo!  mas que surpresa! que que manda?
Gustavo: - É que a gente vai ter que mudar os dias de ensaio; adivinha? Arrumei um emprego!
- que bom!  e ande?
- Naquele supermercado que te falei. Fazia tempo que tinha feito entrevista... agora eles me chamaram.
- Que bom! que bom mesmo Gustavo.
- É. Diz Gustavo. - Pelo menos vamos puder pagar o aluguel do estúdio, agora um pouco mais folgado. E você? vendo o jornal? achou alguma coisa?
- Nada, o mesmo de sempre, e esse meu problema então...sabe, se não fosse pela cassandra e pelos pouco amigos que tenho...
já teria desistido de tudo... de tudo.
- Não diga isso homem! reclama Gustavo falando baixo segurando o outro pelo braço e rebatendo-o: - pra tudo há solução... tem que haver! e... esses programas que oferecem vagas para pessoas com deficiência... você já tentou?
- Já. silencia por instantes, e retorna a falar:
- É tudo mentira! tudo fingimento!
ainda mais as empresas não contratam pessoas com epilepsia.... embora eu não tenho crises desde a adolescência... mas o preconceito não permite que me deem alguma oportunidade.
Acham que vou fazer feito polvo, estraga tudo
com sua desordem. Eu não creio em mais nada amigo, sabe? mais nada...!
- Isso um dia ha de ter jeito. diz Gustavo.
Quando, Vozes vindo da cozinha, vem se aproximando, se aproximando, e  o interrompem...  É Cassandra, retornando com D. Zoião. D. Zoião ao ver Gustavo ( Cabeludo roqueiro ) diz consigo mesma: - " Olha só, o tipo de gente que seu Pedro anda... nem parece gente... não é atoa que sofre! andando por ai com um sujeito desses. Ainda bem que meu filho não gosta de gente assim! ". Ao mesmo tempo, cumprimenta o Gustavo com a expressão mais sínica do mundo: - Bom dia seu Gustavo, como vai o senhor?
- Bem D. Zoião, e a senhora como vai?
- Estou bem obrigada. E D. Silvia, como vai?
- Bem. Obrigado.
- Ela, ainda trabalha na padaria?
- Sim, trabalha! ela gosta muito de lá! sabe.
- Sei, afinal é preciso ganhar o pão! né mesmo? Lá em casa mesmo, botei todo mundo para trabalhar ate o tiago, meu caçula, trabalha no comercio... e deve ser numa coisa muito importante.... não tem dia
que não liguem para ele resolver algum assunto; eu gosto assim! é tão ruim uma pessoa só trabalhando em casa, né mesmo?
- É. Sei como é. Diz Gustavo.
- E o senhor ainda procurando emprego?
- Eu? suspira Gustavo, a pergunta de D. Zoião... e responde: - Eu arrumei emprego D. Zoião. Vim aqui justamente dar a noticia ao pedro. Começo amanhã.
Nesse momento as manifestações de surpresa se dividiram: de um lado D. Zoião a dizer: - Não brinca! é verdade? Do outro lado, Cassandra, vibrando; fala: - Que bom!
e aonde é que você vai trabalhar?
- Naquele supermercado que te falei. Responde Gustavo. E a conversa prossegue entusiasmadíssima... entre pedro, Cassandra, e Gustavo... enquanto D. Zoião: só observa a tudo... calada, remoendo um certo despeito dentro de si... louca para achar um jeito de magoar à quem quer que fosse com sua linguá de serpente antes de sair. Ela é uma bruxa nata. Olha para seu Gustavo; então diz:
- Então o senhor, vai largar aquela banda, né?
- Como? pergunta Gustavo.
- Aquele pessoal com quem o senhor anda tocando, agora o senhor não vai mais puder andar com eles?
- Na verdade, D. Zoião, eu só vou puder tocar com eles nos meus dias de folga, alias, sábado agora, vamos nos apresentar lá no "  AS CADEIRA DE MARIA " vá lá curtir nosso som...
a senhora esta convidada! .
D. Zoião se benze, olhando para face entusiasmada de Gustavo, diz:
- Cruz credo! de pois dessa, vou pra casa,
Cassandra, minha filha...
- sim? Pergunta cassandra.
- Obrigado pelo fermento! diz D. Zoião.
- De nada D. Zoião.. precisando...
- Vá a nossa festa, comer um bolinho sábado à noite! o senhor também seu pedro!
e o senhor... bom... quando quiser apareça...
- Estarei lá! brinca Gustavo.
Enquanto D. Zoião: - Bom, agora tenho que ir...
bom dia à todos!
- Bom dia! respondem todos.
Antes de sair, D. Zoião ainda comenta:
- Hum! " AS CADEIRAS DE MARIA " é muita petulância! e sai.
- Essa bruxa... sussurra pedro.
- Pedro, por favor... sim! sem polemicas.
Recomenda Cassandra.
- Eu estou falando do que vejo. Não posso falar do que vejo. Desabafa:
- Essa mulher, vem aqui, pede por nossos favores, enquanto lá fora... vive fazendo  nossa caveira...
- Também não é assim, vai vê é o jeito dela.
Tenta amenizar Cassandra.
- Jeito dela... segue pedro desabafando.
- Ela é uma hipócrita! isso sim. Quando passa por mim na rua, me vira a cara. Tanto ela quanto as filhas os filhos, àquele marido dela
que outro safado. Eu não sei porque, a gente tem que ser tão gentil com essa gente...
quanto eles...  só nos querem ver na pior.
Francamente... eu não entendo....
Cassandra, tenta acalmar os ânimos de pedro:
- Homem! calma, pra que essa raiva toda?.
- Eu só tó tentando lhe dizer a verdade! você não acredita... acha que todo mundo é bom...
pois fiqui sabendo: - eles são piores que o polvo de duas cabeças.
- Ta certo! ta certo! diz Cassandra.
- Eu entendo sua revolta... mas não se altere tanto, ta bom, isso não lhe faz bem.
- Ta bom, deixa pra lá, não tá mais aqui quem falou. Diz Pedro, enquanto se senta em uma cadeira, e volta ler o jornal.
Cassandra, volta-se para Gustavo, comenta:
- Tá vendo; sempre que D. Zoião vem aqui;
é essa polemica. Sei que ela tem o pedaço dela; mas eu não vou expulsa-la... não é mesmo?
Gustavo, sendo mais sereno que pedro:
- Entendo, entendo, mas também, de um certo modo eu concordo com o pedro;
sei que ela não gosta de mim. Viu o modo que ela tentou se desfazer de minha banda...
não se engane Cassandra, ela é uma víbora....
Agora.. oque vocês não sabem, sequer imaginam, é que o filho dela anda envolvido
com gente barra pesadíssima!
- Não brinca! diz Cassandra.
- Verdade. Ele tá envolvido com o trafego.
- Por que sera que não estou surpreso?...
ironiza pedro. - Aquele garoto não vale nada.
- Pedro! reclama mais uma vez cassandra.
- oque! você ainda tem pena? pois saiba que se fosse um de nós aqui... ela taria agora arrancando o coro.
- Mas que coisa, pobre D. Zoião!
- Hum! resmunga pedro. - Desisto.
Gustavo, para encerrar o assunto prossegue:
- Pensem no que vai ser daquele poço de virtude e moralismo  que é a D. Zoião quando ela souber.
- Vai ser terrível! lamenta Cassandra.
Enquanto pedro: - Bem feito!
Gustavo, para evitar mais polemica, se despede. - Bom! gente deixe-me ir...
preciso dar noticia  à sílvia. Tó louco para ver a cara de surpresa dela!
- Ela vai gostar muito! cumprimenta Cassandra.
- é... assim espero.
- Boa sorte Gustavo! o cumprimenta Pedro.
Gustavo agradece: - Obrigado! boa sorte pra você também! chau! Cassandra!
- Chau! boa sorte! responde Cassandra.

Gustavo se retira. Fica apenas o casal na sala.
Cassandra pergunta à Pedro:
- Vou a feira fazer compras pro almoço;
você quer que eu lhe traga alguma coisa?
- Não, acho que não, vou terminar de ler o meu jornal. Afirma Pedro.
- Então, deixe-me ir... mas, antes que eu me esqueça...
Ela se aproxima, lhe da um beijo, e sai.
- tchau!

E fica pedro, com seu jornal, e sua revolta.
As noticias, são as mesmas de ontem, e de ontem. É tempo de eleição; tempo de lobos na pele de cordeiro. A situação não anda boa,
a economia não anda boa. Paginas de emprego: resseção.
pula as paginas policial; já tá saturado, na TV não falta programas do gênero; ate parece os anos 70.
Pra esfriar a cabeça... colunas sociais, e quadrinhos.
Passado uma hora... retorna Cassandra da feira.... lhe da um beijo.
- Demorei não foi?
- Já tava preocupado!
- A fila no supermercado tava imensas como nunca... e o jornal? alguma coisa?
- O mesmo de sempre. Responde pedro.
- daqui a pouco, vou na agencia de trabalho, é melhor....
nisso Cassandra, liga novamente o radio.
E grita a voz do locutor: - " e atenção! atenção! o povo, quer dizer o polvo de duas cabeças ataca novamente! dessa vês a vitima foi um cidadão na comunidade do pina.
O nome do cidadão ainda não se sabe;
sabe-se apenas que o polvo mais uma vês
reforçando sua ideia de que esta acima do bem e do mal... não tolera por isso, gente diferente. e o rapaz que sofreu alguns arranhões e hematomas era cabeludo e toca em banda de Rock.
Procurados por nós da sensacionalismo emissora... mais uma vês... as autoridades não
souberam o que responder... "
Enquanto isso sem ação Pedro e Cassandra se olham em silêncio.
O radio, continua a falar: " agora para nos detrair um pouco, fiquemos com um pouco
de musica: Raul seixas! cantando:
( QUANDO ACABAR O MALUCO SOU EU ) ".

José Correia Paz

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