quinta-feira, 31 de agosto de 2017

POESIA PARA CONTEMPLAR

Não quero ser o último a comer-te.


Se em tempo não ousei, agora é tarde.

Nem sopra a flama antiga nem beber-te

aplacaria sede que não ardeem

minha boca seca de querer-te,

de desejar-te tanto e sem alarde,

fome que não sofria padecer-te

assim pasto de tantos,

e eu covarde a esperar que limpasses toda a gala

que por teu corpo e alma ainda resvala,

e chegasses, intata, renascida,

para travar comigo a luta extrema

que fizesse de toda a nossa vida


um chamejante, universal poema.

(POETA DESCONHECIDO)

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