segunda-feira, 11 de novembro de 2019

DENTRO DO CAOS


A canção continua a mesma.
No escuro, seja aqui, lá,
E em todo lugar.
Paciência e sonhos, quase congelados,
Esperando em vão...
E você ainda diz: - será?

La fora há um tremendo barulho!
Tão vulgar! Tão covarde!
Que é impossível ser-lhe indiferente.
E não descrevê-lo, por mais insignificante que seja...
Ou se concentrar no trabalho;
Para ao menos com minhas amigas palavras
Conversar e me diverti e me encontrar.
É quase impossível... Senão impossível.

E de nada adianta os bons conselhos!
E nem ao menos sermos nós mesmos.
De nada adianta.
A não ser para exercitar nosso desempenho!
Nossa vontade e confiança.
Ah! E dizem sempre ser bom termos algo brando
Nossa atenção em momentos tão turbulentos.

E a canção continua a mesma.
Nos seguindo solidaria com seus alentos...
Dando-nos coragem para suportar
Nossos próprios maus exemplos!
E um dia quem sabe?
Quando todo esse barulho acabar,
Nós vamos poder ouvir com mais nitidez...
O que ela tanto tem tentado nos dizer
Durante todo esse tempo...

Então eu saberei também
O que durante todo esse tempo
Tanto andei escrevendo.

José Correia Paz

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