quarta-feira, 2 de abril de 2014

HISTORIAS QUE INVENTO, HISTORIAS QUE ME ACONTECEM

UNS DEMAIS OUTROS DE MENOS


Ela:- Por favor, tem as horas?
Ele:- Tenho, tenho sim! tenho todo o tempo do mundo...
Ela:- ah! sim, então, por favor, me diga:
que horas são...?
Ele:- agora,são exatamente...15 horas em ponto.
Ela:- Nossa! como demora esse ônibus, não?!
Ele:- É! é sempre assim: a pressa gosta de nos ver sofrer!
Ela:- O senhor é poeta?
Ele:- Não, não...por que?
Ela:- Por nada, nada, deve ser esse seu modo de dizer as coisas, eu acho.
Ele:- A senhora, é reporter?
Ela:- Eu... não, não...por que?
Ele:- Deve ser esse seu jeito; a maneira como pergunta às horas...
Ela:-Ah! sei. Sabe: meu pai trabalhou num jornal.
Ele:- Ah sabia! logo vi! era jornalista! acertei?
Ela:- Não, hum! hum! não, era entregador de jornais!
Ele:- Hum! interessante! sabe, por conhecidencia: é uma  das profições das quais muito me facina.
Ela:- É mesmo? por que?
Ele:- O carteiro também. O entregador de pizza as vezes...
Ela:- mas, por que?
Ele:- Sabe: poder andar por ai...levando mensagens, noticias,  sejam elas más ou boas;
e coisas de outro valores...não é facinate...?
Ela:- Sei, sei, nunca havia pensado nisso antes.
Ele:- Pois é...vejá como são as coisas...já eu penso nisso o tempo todo: carteiros, jornaleiro, entregadores e pizza, ônibus que custa a chegar...
Ela:- É mesmos! tinha ate me esquecido; mas que demora!
Ele:- A senhora já pensou...o que seria de nós?
o que seria de nós, se não tivessem inventado a roda?
Ela:- Não sei.
Ele:- E o fogo? se não tivessem descoberto o fogo? 
Ela:- Não! quer dizer...as vezes... muito raramente...
Ele:- E a musica? de que outra forma preencheriamos nosso vazio sem a musica?
Ela:- Não sei. As vezes me vem umas reflexões assim...mas passa logo...me concentro nos meus afazeres, e logo passa...
Ele:- Por falar em passar...la vem seu ônibus 
eu acho. ( ele da com a mão).
Ela( entrando no ônibus):- Obrigada!
Ele:- Não tem de que!
Dentro do ônibus: ela paga a passagem; vê um assento vazio, logo acomoda-se;
vê o homem pela janela, enquanto o ônibus parte acena pra ele; enquanto isso pensa consigo:-" Amanha vou comprar um relógio
pra nunca mais ter de perguntar as horas a seu ninguém nas  ruas! ".

José Correia Paz

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