sábado, 6 de julho de 2019

LER


Apesar do pouco estudo; meu pai gostava de ler.
Certo, que na maioria das vezes, eram livros de cowboy; desses em que a historia se resume:
em quem é o vilão, em quem é o mocinho e pronto.
Depois que ele partiu... Guardei alguns desses livros comigo.
Apesar de não admirar muito o gênero.
Quem sabe um dia eu leia pelo menos um exemplar.
  Quando senti pela primeira vez necessidade de ler; eu tinha aproximadamente uns 18 anos de idade; devido a minha gaguice ate hoje penso
que sou desleixo; e como sempre ouvi dos especialistas que leitura ajuda a superar o problema; procuro ler todos os dias.
O primeiro romance que li, como disse tinha 18 anos; foi um romance erótico, chamado "FABIANE AO ALCANCE DE TODOS”. O nome do autor infelizmente eu não me lembro.
A historia se passava em paris; Fabiana vivia uma vida insatisfeita consigo mesma; e procurava se encontra tendo vários casos amorosos.
Com o tempo, vieram realmente livros de verdade.
O primeiro: foi “ANTOLOGIA POÉTICA DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE”; depois " QUINCAS BORBA "; e muitos outros.
Meu pai, não gostava dos livros de minha preferência; mas, sempre que encontrava na rua,
pelos sebos que frequentava, um autor que eu gostava, me trazia: " Trouxe um livro daquele cara que só fala em defunto! ". Assim me dizia ele, se referindo a Machado de Assis.
Hoje, tenho nas gavetas de minha cômoda uns 60 livros ou um pouco mais.
Maioria: clássicos da literatura nacional e internacional: poesia, filosofia, romances,
Clássicos infanto- juvenis.
Alguns parentes me perguntam:
“pra que você quer tanto livro?”.
“Gosto de escrever; preciso ler para isso.”.
É o que respondo.
Ler hoje em dia tornou-se algo tão difícil;
tem sempre um vizinho com som auto.
Carros de som que passam anunciando desde propaganda política... A todo tipo de anuncio.
Ou então alguém que vem conversar com você na hora da leitura; que desafio.
Quando criança: aguardava meus irmãos mais velhos saírem para seus afazeres, ou irem jogar bola; então escalava o beliche... E pegava um livro... Que tenho ate hoje comigo: “COMUNICAÇÃO EXPRESSÃO E CRIATIVIDADE EM PORTUGUÊS”. Eu mal sabia ler; no geral ficava olhando as figuras.
Quando meus irmãos voltavam, eu devolvia rapidamente o livro ao seu lugar e descia ligeiro;
quando pego, era aquela reclamação: " menino! tu vai rasgar isso; " ; " tu não sabe o que ta escrito ai! pra que tu quer isso? ". E assim eu ia começando incursão literária.
Um dia: quando estavam todos acostumados à minha trelosisse; subi no beliche; e peguei meu livro predileto; e quis pegar outro que tinha curiosidade de conhecer... Derrubei a prateleira.
Vai ver por isso, hoje, por castigo, tenho os meus livros todos engavetados.

José Correia Paz


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